Artista conhecido pelo
personagem Cabeção de 'Malhação', estava entre os 46 pacientes resgatados no
local. Ação da Polícia foi conjunta com o MP e prendeu dois funcionários.
Os 46 pacientes de uma clínica
para tratamento de dependência química que foi fechada ficavam sob cárcere
privado, recebiam principalmente salsicha e hambúrguer como alimentação e as
famílias pagavam de R$ 800 a até R$ 1,2 mil pela internação, segundo a Polícia
Civil. Em uma coletiva de imprensa nesta sexta-feira (6) foram divulgados mais
detalhes sobre a operação que ocorreu em Pindamonhangaba (SP).
O ator Sérgio Hondjakoff,
conhecido por fazer o personagem Cabeção em "Malhação", da TV Globo,
era um dos pacientes resgatados no local. Ele chegou a dizer que não esteve na
clínica, mas voltou atrás e disse que mentiu porque queria preservar o filho.
Equipes do MP, polícia e
assistentes sociais da prefeitura estiveram na clínica na quarta-feira (4). No
local, pacientes contaram que ficavam presos nos quartos em três momentos do
dia: durante a noite, na hora do almoço e no fim da tarde.
A alimentação, segundo os
relatos à polícia, era basicamente composta de carnes de hambúrguer e
salsichas. Os telefonemas às famílias eram controlados e vigiados.
À polícia, os pacientes
contaram que eram obrigados a assinar termos em que diziam estar no local por
vontade própria. Também é investigada a possibilidade da clínica ter cobrado
dos pacientes pra que eles fossem tomar a vacina contra Covid.
Clínica para dependentes químicos mantinha pacientes em cárcere privado em Pindamonhangaba — Foto: Divulgação/ Polícia Civil
Prisões
Dois funcionários foram
presos. Segundo a polícia, eles tinham as chaves dos quartos. Também havia
remédios no porta malas de um carro de um paciente da clínica. O interno não
tinha acesso ao carro e quem colocava a medicação lá eram funcionários. Não
foram encontradas receitas para estas medicações apreendidas.
A dona da clínica ainda não
foi ouvida pela Polícia. Os dois funcionários passaram por audiência de
custódia e seguem presos.
Os responsáveis devem
responder por tortura, constrangimento ilegal, cárcere privado e falsidade
ideológica. Segundo a polícia, eles ainda podem ser enquadrados em outros
crimes.
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