Vítimas denunciam abusos de professor preso: “nojento”

O professor Adalberto Siqueira Sanches Júnior foi preso pelo crime de estupro de vulnerável.

 


O professor do colégio Marista Nazaré, um dos mais tradicionais de Belém, Adalberto Siqueira Sanches Júnior, foi preso pelo crime de estupro de vulnerável, de acordo com o artigo 217- A do Código Penal Brasileiro. Segundo a Polícia Civil, as vítimas tinham entre 8 e 12 anos de idade.

A prisão aconteceu na terça-feira (17), quando foram cumpridos mandados de busca e apreensão e de prisão preventiva contra o professor.

O caso ganhou grande repercussão na Internet, pois o professor era bastante conhecido em Belém.

O DOL conversou com uma jovem, que atualmente tem 29 anos, e foi uma das vítimas do professor quando era adolescente. Os casos relatados pela vítima aconteceram em uma escola infantil e em uma academia de Karatê em Marabá, no sudeste paraense, onde ela morava e ele era professor.

“Meu primeiro contato com ele eu tinha uns 11, 12 anos, na academia que eu fazia Karatê, em Marabá. Ele tinha um negócio de ficar abraçando e eu não gostava, mas na época não sabia diferenciar as coisas. Depois, quando eu já estava na 7ª série, ele foi ser meu professor de biologia no colégio. Meu choque foi quando ele foi dar aula de anatomia para os alunos. Ele nos levou para uma outra sala (que tinha data show) e lá ele abriu um site pornô, e mostrou os órgãos genitais do homem e da mulher. Ele aproximava a tela e fala ‘aqui que vocês tem que lamber, mostrando o clitóris’. Nós éramos crianças e ele falando dessa maneira”, relembra a jovem.

 

Post nos stories da vítima relata que outros abusos podem ter sido cometidos pelo professor Adalberto em ambiente escolar. | Reprodução do Intagram

A jovem relata ainda outras situações de assédio envolvendo o professor. “Teve uma vez que ele foi dar aula sobre a mama da mulher e ele ficava mostrando diretamente em uma aluna, que ficou só de top. Ela ficou muito constrangida. Ele assediava as meninas de maneira descarada. Quando eu estava na 8ª série, eu estava saindo da sala e deu um tapa na minha bunda e disse ‘quando a menina começa namorar, o corpo muda logo’”. 

Perguntada sobre o motivo de nunca ter denunciado as situações, a mulher  explicou que, muitas vezes, a vítima se sente acuada e com medo. “Eu e outras colegas chegamos a falar para a coordenação da escola, mas falaram que iam tomar providência e nunca tomaram. Quando você é mais nova, você não sabe diferenciar bem a situação. Você pensa ‘será se não sou eu que estou vendo maldade onde não tem?’. Ele era o professor legal, divertido, que as pessoas achavam que ele não ia fazer essas coisas. Eu tinha medo de falar e as pessoas não acreditarem e até ficarem com raiva de mim”. 

A vítima de 29 anos conta como ficou quando recebeu a notícia da prisão do professor Adalberto Siqueira Sanches Júnior. “Eu estava na faculdade quando minha tia me mandou e eu dei um grito. Uma parte de mim ficou aliviada, pois espero que a justiça seja feita e ninguém mais passe por isso. Espero que ele pague tudo que ele fez. Eu acho que se tivesse sido tomada alguma previdência naquela época, muita coisa tinha sido evitada. Eu só posso definir ele como nojento”.

Nas redes sociais, outras vítimas também relataram ter sido vítima do professor. “Meninas esse professor deu aula no (o DOL optou por não colocar o nome do colégio). Eu sempre percebi uns olhares diferentes e abraços também com as meninas. Imagina quantas ele assediou”.

 

 Ao postar denúncias no Instagram, outras mulheres comentaram sobre o comportamento e possíveis crimes cometidos pelo acusado. | Reprodução do Intagram

No grupo de pais de alunos do Colégio Nazaré, muitos responsáveis não acreditavam que as denúncias fossem verdadeira, já que ele era considerado um ótimo professor. 

O Colégio Marista Nazaré emitiu um comunicado para os responsáveis dos alunos. 

 


O advogado identificado como Guilherme Macedo, que defende o professor Adalberto de estupro de vulnerável, a fim de buscar um posicionamento sobre o caso.  Ao ser oferecido espaço para que pudesse fazer os esclarecimentos, o profissional não respondeu e questionou: "é esse o jornalismo de vocês? O que vocês querem? Condenar?". 

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