Dormindo com porcos, sem água e luz, nove pessoas são resgatadas em condições análogas à escravidão

Resgate ocorreu em Granja, no norte do Estado. Os trabalhadores foram aliciados em Martinópole para extrair palha de carnaúba

 


Nove pessoas foram resgatadas em operação de combate ao trabalho análogo à escravidão em Granja, no norte do Estado. Todos tinham como função extrair palha da carnaúba, mas em condições degradantes - sem água encanada, energia elétrica, equipamentos de segurança e dividindo espaço com porcos.

O grupo dormia em redes na parte externa, junto a uma pocilga, e usava um fogareiro para o preparo da alimentação. Eles foram resgatados em inspeção realizada entre os dias 20 e 24 deste mês, mas as informações só foram divulgadas nesta segunda-feira (27).

O resgate dos trabalhadores foi realizado em uma ação do Ministério Público do Trabalho em parceria com a Auditoria Fiscal do Trabalho e a Polícia Rodoviária Federal (PRF).

 


Além de serem retirados do local, foi feita a rescisão indireta dos contratos de trabalho, pagamento das verbas rescisórias e direitos trabalhistas Os trabalhadores haviam sido aliciados em Martinópole para atuar em Granja.

No espaço em que as pessoas foram encontradas havia animais, acúmulo de fezes e água reservada de forma inadequada. A fonte de água, inclusive, só estava disponível a 2 km de distância da casa - sem saneamento básico - onde o grupo se abrigava. Os trabalhadores não tinham contratos de trabalho registrados, não receberam os equipamentos de proteção, nem tinham acesso a banheiros ou materiais de primeiros socorros nas frentes de trabalho.

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