Vânia
Basílio passa a ser monitorada por tornozeleira e deve seguir tratamento
psiquiátrico, já que foi considerada sociopata nos laudos anteriores. Ela matou
o ex-namorado com 11 facadas em 2015 e confessou o crime em detalhes:
"Fiquei olhando no olho até ele morrer".
Vânia foi presa em 2015 após matar o ex-namorado com 11 facadas — Foto: Arquivo pessoal
A vendedora
Vânia Basílio Rocha, condenada por matar o ex-namorado a facadas durante o ato
sexual, foi autorizada deixar o presídio feminino de Vilhena (RO) após a
Justiça de Rondônia conceder uma progressão de regime semiaberto à acusada.
O caso
ocorreu em 2015. Vânia, na época com 18 anos, confessou ter matado Marcos
Catanio a facadas e relatou os últimos momentos de vida do ex. "Fiquei
olhando olho no olho até ele morrer".
Inicialmente
Vania foi condenada a 13 anos de prisão pelo crime, mas em 2017 a pena
diminuída para 8 anos e 4 meses de reclusão. A mudança na sentença ocorreu após
a defesa dela entrar com recurso no Tribunal de Justiça de Rondônia.
Concessão
do semiaberto
Vânia ficou
mais de 6 anos no regime fechado e teve vários pedidos de progressão para o
semi-aberto negados. A nova progressão foi concedida faltando um ano e meio
para o fim do cumprimento da pena, o que, segundo a justiça, dá mais de 81% da
pena cumprida em regime fechado.
Com a
concessão do semiaberto, Vânia, hoje com 24 anos, passou a usar
tornozeleira eletrônica e está sob a tutela da mãe. O documento judicial não
indica se a acusada tem autorização para fazer cursos ou trabalhar fora do
presídio. A decisão do juiz levou em conta que a criminosa não tinha faltas
disciplinares ou incidentes pendentes, o que seria um "indicativo de bom
comportamento carcerário."
Por Vânia já
ter sido considerada sociopata em laudos (pessoa com transtorno de
personalidade antissocial), a Justiça também determinou que a reeducanda mantenha
o tratamento médico psiquiátrico e também psicológico, enquanto estiver
fora do presídio, assim como a utilização regular dos medicamentos específicos.
Vânia Basílio foi condenada por matar o ex em Vilhena — Foto: Rede Amazônica/Reprodução
A mãe
de Vânia ficará responsável por acompanhar e exercer os cuidados e vigilância
da filha.
"A
genitora deve encaminhar os relatórios mensais de acompanhamento e tratamento
médico psiquiátrico e psicológico, sob pena de revogação da presente
decisão", diz a ordem judicial.
Em um laudo
pericial feito antes de Vânia ser liberada, foi atestado que a detenta tem
total capacidade de entendimento e que compreende clara a necessidade de
cumprir as condições e recomendações consignadas para o benefício da
progressão, sob pena de voltar ao regime fechado.
O juiz
Adriano Lima Toldo também determinou que a Unidade Prisional Feminina de
Vilhena faça o monitoramento eletrônico de Vânia por 24 horas, através da
tornozeleira, e que o eventual descumprimento acarretará na imediata regressão
ao regime fechado.
Primeira
tentativa de progressão
Em 2018,
Vânia chegou a ganhar o direito de progredir para o regime semiaberto, porém a
Justiça ressaltou que ela teria que passar por um psiquiatra a fim de ser
atestado que a detenta está apta para viver em sociedade.
No exame
feito à época, Vânia foi reprovada porque o laudo também indicou sociopatia.
'Queria
matar alguém'
Na época em
que matou o ex-namorado a facadas, em dezembro de 2015, a acusada confessou ter
matado Marcos Catanio Porto e afirmou o desejo de matar alguém. Segundo Vânia
em entrevista, três nomes de possíveis vítimas foram colocadas em uma lista: um
amigo, um 'ficante' e o ex-namorado Marcos.
Antes do
assassinato de Marcos, a jovem chegou a escrever um post no Facebook afirmando
não ter sido uma má namorada. A perícia no corpo de Marcos revelou que ele foi
assassinado com 11 facadas.
Um laudo
feito meses depois da prisão apontou que Vânia é sociopata. No júri em que foi
condenada, em setembro de 2016, a acusada fez cara de fúria ao ouvir a
sentença. Em setembro de 2017, a jovem foi agredida por uma detenta e chegou a
sair para registrar boletim de ocorrência.
Casamento
na prisão
Em 2019,
Vânia conseguiu outra autorização judicial: desta vez para casar. A cerimônia
foi realizada no cartório de Vilhena e o "sim" para o noivo, também
presidiário na época, foi acompanhado de beijos.
No
casamento, Vânia não usou um vestido branco e manteve o tradicional uniforme
prisional para dizer "sim" ao noivo.