O que se sabe sobre a erupção do vulcão Cumbre Vieja, nas Ilhas Canárias

Chance de gerar tsunami que chegue a Salvador é remota, mas real, dizem especialistas

 


Uma das bocas do vulcão Cumbre Vieja entrou em erupção na manhã deste domingo (19) nas Ilhas Canárias, arquipélogo pertencente à Espanha que está localizado na costa oeste da África. Desde a última quarta-feira (15) este vulcão tem sido observado por especialistas, pois, caso a erupção seja forte o bastante, um tsunami capaz de atingir toda a costa do Atlântico seria formado.

Em nota, tanto a Sociedade Brasileira de Geologia quanto um grupo de estudo formado por universidades baianas, como a Ufba e Uefs, avaliam que a chance da onda gigante se formar e atingir a costa brasileira é remota, porém real e digna de atenção. Esta explicação foi adiantada pelo oceanógrafo Carlos Teixeira, da Universidade Federal do Ceará.

Veja tudo o que se sabe até agora sobre a erupção do vulcão.

A erupção do Cumbre Vieja pode provocar um tsunami no Brasil?
Sim, mas as chances disso são remotas. Para que o tsunami ocorra, é preciso que a erupção seja "forte e explosiva" para fazer com que parte da ilha de La Palma, onde está o Cumbre Vieja, ceda. Seria o eventual afundamento da ilha que causaria a onda gigante.

No entanto, a erupção ainda é considerada fraca e o risco da ilha ceder não existe. De qualquer modo, o local já está sendo evacuado pelas autoridades das Ilhas Canárias. Além disso, diversas casas nas proximidades do vulcão foram destruídas por conta da lava.

Quais regiões do Brasil seriam mais atingidas por um eventual tsunami?
Em entrevista ao CORREIO, o oceanógrafo Carlos Teixeira explica que as regiões mais afetadas seriam as regiões Norte e Nordeste, principalmente cidades como Belém, São Luís, Fortaleza e Recife. No caso de Salvador, as ondas poderiam chegar por aqui com até cinco metros numa estimativa mais pessimista. 

Um vídeo mostra uma simulação de como as ondas atingiram o Brasil. Veja:

Quais estragos um tsunami poderia causar em Salvador?
Aqui vale uma explicação mais técnica. Uma onda de cinco metros é diferente de um tsunami da mesma altura. Isso porque os fenômenos são diferentes.

No caso do tsunami, o que se destaca não é o tamanho, mas sim a força, velocidade e comprimento. No caso de ondas normais, elas geralmente percorrem uma distância de 200 metros até se desfazerem, tsunamis podem percorrer quilômetros tranquilamente.

Por conta disso, ondas de mais de dez metros, observadas em alguns lugares, não causam estragos, enquanto um tsunami de meio metro seria capaz de causar sérios prejuízos e até mortes na orla de Salvador.

Em quanto tempo o tsunami chegaria ao Brasil?
Estimativas apontam que a onda andaria a uma velocidade de cerca de 800km/h. Com isso, ela chegaria às cidades mais ao norte, como Fortaleza, em cerca de cinco horas, enquanto Salvador seria atingida após seis horas.

Para efeito de comparação, Salvador foi atingida por um tsunami em 1755 após um forte terremoto ocorrido em Portugal. Na ocasião, as ondas viajaram de Lisboa a Salvador em nove horas. Esse é quase o mesmo tempo que dura uma viagem de avião entre as duas cidades.

Quais estragos um tsunami provocaria em Salvador?
Esta resposta é mais difícil de dar pois depende do tamanho e intensidade da onda. Mas é certo dizer que as regiões da orla de Salvador, principalmente na Cidade Baixa, seriam as mais atingidas. 

Carros e motos seriam facilmente carregados pelas águas, e até casas e prédios poderiam desabar a depender da força da onda.

No entanto, dificilmente toda a cidade de Salvador seria atingida. As regiões mais altas da cidade, como Brotas, Valéria, Federação e Itaigara dificilmente seriam alcançadas pelas águas.

Um exemplo: se a eventual onda tiver cinco metros, as regiões que estão a menos de cinco metros do nível da água seriam atingidas, provavelmente. Por isso o risco principalmente para a região da Cidade Baixa.

Quais precauções devo tomar?
Por enquanto, de acordo com os especialistas, não há motivo para medo. A possibilidade de um tsunami, como dito anteriormente, segue sendo extremamente remota. 

E, mesmo que ocorra a onda gigante, a população teria até seis horas para abandonar suas casas e ir até um lugar seguro.

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