Segundo o delegado responsável pelo caso, Daniel Aragão, as
investigações do caso continuam
Jaelson Oliveira, de 36 anos, confirmou manter relações por
um ano e oito meses com a própria filha, hoje com 20 anos, mas negou que os
atos sexuais tenham ocorrido quando ela ainda era menor de idade. Ele prestou
depoimento à polícia, nesta quinta-feira (30), no Instituto Doutor José Frota
(IJF), em Fortaleza, onde está internado.
O homem está internado há três meses após sofrer tentativa
de homicídio a mando da companheira, Maria Aparecida Barroso, de 36 anos. O
crime ocorreu no último dia 29 de junho, em Canindé, no Interior do Ceará. As
informações foram divulgadas, nesta quinta, em reportagem do CETV 1ª edição, da
TV Verdes Mares.
Segundo o delegado responsável pelo caso, Daniel Aragão, o
homem afirmou que a relação incestuosa havia terminado dois meses antes do
atentado. “Ele teria dito que era errado e queria colocar um ponto final”,
informou.
O delegado disse ainda que Jaelson se mostrou abalado no
depoimento, chorando em alguns momentos e afirmando que iria pedir perdão.
Apesar de ser um tabu moral e religioso, o incesto (sexo entre
familiares) não é considerado ilegal pela legislação brasileira — desde que a
relação seja consentida pelos adultos envolvidos.
No entanto, a prática configura-se crime quando ocorre o
estupro de vulnerável, ou seja, a violência sexual contra crianças,
adolescentes ou quando a vítima não consegue oferecer resistência ao ato por
qualquer motivo.
INVESTIGAÇÃO CONTINUA
Em depoimento nesta quarta-feira (29), a filha também negou
ter sofrido abusos e indicou o mesmo período de relacionamento dito hoje por
Jaelson. As investigações para apurar se houve estupro de vulnerável
continuam.
Segundo o delegado, os próximos passos serão depoimentos de
testemunhas, de uma professora da jovem e a perícia dos aparelhos telefônicos
de ambos.
O que se sabe, até o momento, é que Jaelson assumiu a
paternidade da filha quando ela ainda tinha 10 anos, após exame de DNA.
Aos 12 anos, ele a levou para casa.
JAELSON NEGA AMEAÇAS À ESPOSA
Jaelson também negou que tenha ameaçado a
esposa, Maria Aparecida Barroso, de 36 anos. Ela foi presa
preventivamente por tentativa de homicídio.
Segundo a investigação, há cerca de dois anos, Maria
Aparecida tenta se separar de Jaelson. Durante depoimentos, ela relatou ser
violentada física e psicologicamente. Por esta razão, temia-denunciá-lo.
"Quando ela foi presa, a gente começou a perguntar os
motivos que a levaram a essa ação. Ela disse que realmente ela sofria violência
psicológica, violência física", observou o delegado.
"Conversando com a Maria Aparecida notamos que ele
queria manter à força essa relação para justamente acobertar o relacionamento
que tinha com a filha", afirmou.
ENTENDA O CASO
Após sofrer violência física, psicológica e diversas
tentativas frustradas de separação do marido, Maria Aparecida Barroso planejou
o assassinato de Jaelson de Oliveira. Ela teve a ajuda de Antonio Herilson
da Silva Lopes. Conforme a investigação, esse parceiro do crime tinha um relacionamento
casual com a enteada de Aparecida.
A jovem teria convidado Antonio Herilson para uma relação
sexual com outra pessoa. Somente após a concretização do ato, ele teria
identificado quem era o terceiro envolvido. Revoltado, se recusou a participar
de novos encontros com pai e filha, apesar das insistências de Jaelson.
Antonio procurou, segundo a investigação, Aparecida para
contar sobre o caso. Juntos, então, planejaram o assassinato de Jaelson. Ela
deu dinheiro para que ele contratasse homens para praticar o crime.