A Polícia Civil
do Rio investiga um conjunto de vídeos que mostram pelo menos cinco jovens,
todas aparentando ser menores de idade, tendo o cabelo cortado por traficantes.
O material, que viralizou em redes sociais e aplicativos de mensagens, teria
sido gravado na comunidade do Nogueira, em Realengo, na Zona Oeste do Rio.
De acordo
com informações fornecidas pela 33ª DP (Realengo), onde um inquérito foi aberto
para apurar o caso, nenhuma vítima compareceu à delegacia ou foi identificada
até o momento. Assim, a investigação tem como base, por ora, somente o conteúdo
que vem sendo compartilhado na internet.
Relatos de
moradores, ainda não confirmados pela polícia, indicam que o motivo para o
ataque contra as adolescentes foi uma conversa entre elas em um grupo fechado
no WhatsApp. No diálogo, as jovens teriam feito comentários sobre um dos chefes
do tráfico na região e a esposa dele, resultando em uma punição determinada
pelo criminoso, que teria tomado conhecimento sobre o conteúdo das mensagens.
Em uma das
gravações que vem sendo compartilhada, uma voz masculina ao fundo ironiza,
enquanto uma das vítimas tem o cabelo cortado: "É muito bom fazer
fofoca". Visivelmente constrangida, a adolescente ouve outros comentários,
como ordens para olhar para a câmera ou para sorrir.
Em outro
vídeo, uma adolescente de tranças esconde o rosto com as duas mãos e chora
durante o corte forçado das madeixas. Em um terceiro registro, um homem
pergunta para a vítima: "Tá ficando careca por causa de quê? Fez o
quê?" Em seguida, ele próprio questiona se a jovem "fez fofoca sobre
a mulher dos amigos", no que ela concorda.
"Pô,
dando molinho, parceiro. Cria do morro, podendo estar fumando só um baseadinho,
tranquilona", retruca a voz masculina ao fundo. Além das gravações, também
circula pelas redes uma foto das cinco vítimas sentadas lado a lado, todas com
os cabelos cortados.