Bruno
Funchal afirmou ainda que alta do IOF vai bancar o aumento no benefício. Ele
explicou que para aumento vigorar em 2022 é preciso uma solução para os
precatórios e reforma do IR.
O secretário
especial do Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia, Bruno Funchal,
afirmou nesta sexta-feira (17) que o governo prevê elevar o benefício médio do
Bolsa Família dos atuais R$ 189 para cerca de R$ 300 em novembro e dezembro
deste ano.
Para que
isso seja possível, afirmou ele, o presidente Jair Bolsonaro assinou nesta
quinta-feira (16) decreto para elevar, até o fim de 2021, a alíquota do
IOF –Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro ou relativas a Títulos
ou Valores Mobiliários.
Além de
aumentar o valor, o governo informou que a alta do IOF também permitirá ampliar
para 17 milhões o número de famílias beneficiadas. Atualmente, 14,6 milhões de
famílias recebem o benefício.
"Terminando
o auxílio emergencial [em outubro] cai no novo programa, nos últimos dois meses
[de 2021]. Tem a compensação para novembro e dezembro, por isso foi editado o
IOF. Para compensação do Auxílio Brasil [novo programa social, que entrará no
lugar do Bolsa Família] de R$ 300", declarou Funchal em evento transmitido
pela internet.
A assessoria
do Ministério da Economia, questionada se já está definido que o valor será de
R$ 300, disse que "a fala do secretário foi genérica, no sentido de
reiterar um valor que vem sendo falado pelo próprio presidente [Bolsonaro] e de
sinalizar o ponto em que as discussões em torno desse assunto estão hoje".
A pasta disse ainda que, quando o valor for definido, haverá o anúncio oficial.
O governo
Bolsonaro vem buscando uma maneira de turbinar o valor do benefício social.
Além de compensar o fim do auxílio emergencial, o presidente quer tentar conter
a queda da sua popularidade junto à população, para ter chances de reeleição em
2022.
Pesquisa
Datafolha divulgada nesta quinta (16), mostrou que Bolsonaro tem desaprovação
de 53%, um recorde negativo em seu governo.
Por
enquanto, só dezembro e novembro
O desafio do
governo é conseguir aumentar o valor do benefício social sem estourar as contas
públicas, já no limite por causa da crise econômica.
Segundo o
secretário do Ministério da Economia, o aumento do IOF serve como fonte de
recursos para aumentar o Bolsa Família apenas nos dois últimos meses deste ano.
Para que o
benefício estendido seja mantido em 2022, disse ele, é preciso promover uma
alteração na programação de pagamento de precatórios e, também, aprovar as
mudanças no Imposto de Renda.
Funchal
explicou que a mudança nos precatórios possibilitará a abertura de um espaço no
teto de gastos (regra que limita o crescimento da maior parte das despesas à
inflação do ano anterior) e acrescentou que a reforma do Imposto de Renda, já
aprovada pela Câmara e em análise pelo Senado Federal, proverá uma "fonte
de recursos" para custear o novo programa social.
Precatórios
Os
precatórios são dívidas da União com pessoas físicas, jurídicas, estados e
municípios reconhecidas em decisões judiciais definitivas. O Ministério da
Economia foi informado pelo poder Judiciário que os precatórios vão somar R$ 90
bilhões em 2022, ante os R$ 55 bilhões orçados neste ano.
Por conta
desse forte crescimento, o governo propõe parcelar uma parte do montante que
deveria pagar em 2022 como forma de abrir espaço no teto de gastos para, entre
outros, destinar recursos ao novo programa social.
O ministro
da Economia, Paulo Guedes, afirmou que vê dificuldades para criar programa
social "exequível" sem as mudanças de regras dos precatórios e, por
conta disso, fez nesta quarta-feira (15) um "pedido desesperado de
socorro" aos presidentes do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco, e do
Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux.
O secretário
Bruno Funchal, do Ministério da Economia, afirmou nesta sexta-feira que é
preciso enfrentar o problema do aumento dos precatórios em 2022, e avaliou que
há vontade de todos os Poderes da República (Executivo, Legislativo e
Judiciário) em tratar do assunto.
Ele disse
que outra proposta que vem sendo discutida, formulada pelo Conselho Nacional de
Justiça (CNJ) - que pode reduzir, dos atuais R$ 89 bilhões para cerca de R$
39,9 bilhões, o valor total de precatórios que o governo federal terá de pagar
no próximo ano - pode ser uma alternativa. A ideia é estabelecer um limite
anual de pagamento, corrigido pela inflação, para dar previsibilidade ao
Orçamento do governo federal.
O secretário
especial do Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia não se mostrou
favorável, porém, a retirar os precatórios do teto de gastos, outra proposta em
discussão.
"A
gente acha muito sensível fazer esse tipo de movimento. Pra gente, mexer no
teto é pior, é muito arriscado. Por isso que a gente encampa a nossa proposta
ou a do CNJ, que cria um limite harmonizado com o teto para essa despesa
obrigatória", concluiu.
Para a
Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão ligado ao Senado Federal, haveria
espaço no Orçamento para pagar os precatórios (sentenças judiciais) e fazer uma
ampliação, mesmo que mais modesta, do Bolsa Família em 2022 sem que seja
necessário alterar as regras vigentes.
PUBLICIDADE
Enfim, gostou das nossas
notícias?
Então, nos siga no canal do
YouTube, em nossas redes sociais como o Facebook, Twitter e Instagram. Assim
acompanhará tudo sobre Cidade, Estado, Brasil e Mundo.
O conteúdo do Macajuba
Acontece é protegido. Você pode reproduzi-lo, desde que insira créditos COM O
LINK para o conteúdo original e não faça uso comercial de nossa produção.