Presidente
participou nesta quinta-feira de evento promovido por igreja evangélica em
Brasília
Em um
encontro organizado por uma igreja evangélica em Brasília, o presidente Jair
Bolsonaro disse na noite desta quinta-feira (14) que chora no banheiro de casa.
Bolsonaro mora no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência.
"Cada
vez mais nós sabemos o que devemos fazer. Para onde devemos direcionar as
nossas forças. Quantas vezes eu choro no banheiro em casa? Minha esposa
[Michelle Bolsonaro] nunca viu. Ela acha que eu sou o machão dos machões. Em
parte acho que ela tem razão até", declarou Bolsonaro.
O evento foi organizado pela igreja Comunidade das Nações.
"O que
me faz agir dessa maneira? Eu não sou mais um deputado. Se ele errar um voto,
pode não influenciar em nada. Um voto em 513. Mas uma decisão minha mal tomada,
muita gente sofre. Mexe na bolsa, no dólar, no preço do combustível",
afirmou.
O presidente
tem atuado para reforçar laços com bases evangélicas, de olho nas eleições de
2022.
Auxiliares
de Bolsonaro estão preocupados com as tentativas do ex-presidente Lula de abrir
pontos de interlocução com os evangélicos. Isso em um cenário de insatisfação
de líderes religiosos com a demora da confirmação de André Mendonça para uma
vaga no Supremo Tribunal Federal.
Choro no banheiro
já foi motivo de postagens do vereador Carlos Bolsonaro e do deputado Eduardo
Bolsonaro.
Segundo
Carlos, pais de manifestantes contrários a Bolsonaro na eleição de 2018
deveriam chorar no banho de vergonha de seus filhos. Já Eduardo, também em
referência a críticos do governo, disse que "pai dessa galera toda aí
chora no banho".
Na semana
passada, Bolsonaro compareceu a um simpósio com centenas de evangélicos em
Brasília.
No discurso
da noite desta quinta, o presidente repetiu os argumentos comumente usados por
ele, como a defesa de pautas conservadoras, críticas contra medidas de
isolamento social adotadas por governadores e prefeitos e questionamentos à
eficácia das vacinas.
"Olha,
aquele partido [PT] que esteve com o MEC [Ministério da Educação] entregue por
12 anos a uma pessoa [Fernando Haddad], que ficou para trás comigo no segundo
turno. E hoje nós temos um pastor no MEC", disse Bolsonaro, que nesse
momento foi aplaudido pelo público.
Ele também
voltou a alegar que joga dentro das "quatro linhas da Constituição",
ressaltou a harmonia entre os Poderes, mas argumentou que o "Executivo tem
que estar na frente para tomar as decisões".
"Eu
jogo dentro das quatro linhas [da Constituição], mas também não podemos aceitar
que nenhuma pessoa jogue fora das mesmas. Os três Poderes são independentes e
harmônicos."
"O
Legislativo é extremamente importante para fiscalizar o Executivo. O Judiciário
da mesma maneira, para dirimir os conflitos. Mas o Executivo tem que estar na
frente para tomar as decisões. A gente não pode o tempo todo ser tolhido,
impedido, por qualquer coisa, de prosseguir na nossa missão."