Estrutura
chegou a ser montada e parte dos convidados já chegava ao Palácio do Planalto
O governo
federal organizou e depois suspendeu a realização de um evento que marcaria o
lançamento do Auxílio Brasil, programa social que irá suceder o Bolsa Família.
Nesta
terça-feira, o Palácio do Planalto decidiu que o pagamento do benefício será de
R$ 400 e parte dos recursos usados para custear o programa não respeitará o
teto de gastos.
A decisão
repercutiu mal no mercado, com forte queda da Bolsa, sob temor de que a
situação fiscal do país se deteriore ainda mais.
O anúncio
foi adiado porque ainda não está claro o desenho jurídico que irá permitir o
pagamento de parte dos benefício de R$ 400 fora do teto de gastos. Isso será
feito por meio da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita o
pagamento de precatórios, despesas decorrentes de decisões judiciais.
A PEC seria
votada hoje em comissão da Câmara, mas a análise foi adiada. O governo está
negociando com o relator da PEC, deputado Hugo Motta (Republicamos-PB), e com o
presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a melhor forma de inserir o auxílio
na PEC.
A falta de
uma defição sobre o assunto adiou o anúncio. Também não está finalizada a nova
medida provisória (MP) do Auxílio.
Durante a
tarde, integrantes do governo chegaram a confirmar a realização do evento. No
Palácio, a estrutura para eventos no Salão Nobre chegou a ser montada.
Entretanto, 30 minutos antes do horário previsto, o evento foi suspenso. Até
mesmo os primeiros convidados que chegaram no local tiveram que ir embora.
Insatisfação
na equipe econômica
A decisão de
pagar parte do Auxílio Brasil fora do teto de gastos desagradou a integrantes
do Ministério da Economia e gerou um clima de desânimo e insatisfação.
Assessores do ministro da Economia, Paulo Guedes, ponderam, porém, que a
decisão foi uma “contenção de danos”, já que havia a possibilidade do auxílio
emergencial ser renovado completamente em 2022.
Assessores
do ministro também trabalham para “evitar o pior”, em suas palavras, do ponto
de vista fiscal.