Pesquisador
diz que anticorpos gerados após pegar o vírus não evitam a infecção pela nova
variante
Anticorpos
gerados após contrair a Covid-19 não evitam que a pessoa seja infectada
novamente pela variante Ômicron, disse um pesquisador nesta quinta-feira (2)
durante entrevista coletiva do departamento da África da OMS (Organização
Mundial da Saúde).
Na semana
passada, pesquisadores sul-africanos anunciaram que haviam detectado uma nova
variante do coronavírus. A notícia gerou pânico global.
Há muitas
incertezas sobre as características da Ômicron, sua capacidade de propagação e
sua resistência às vacinas.
"Achamos
que um contágio anterior não protege contra a Ômicron", disse Anne von
Gottberg, especialista em doenças infecciosas do NICD (Instituto Nacional de
Doenças Transmissíveis da África do Sul).
A
investigação ainda está começando, mas as primeiras conclusões mostram que as
pessoas que já tiveram contato com o coronavírus podem se reinfectar devido a
essa mutação do vírus, provavelmente com sintomas menos graves, concluiu a
pesquisadora.
As vacinas,
no entanto, devem permanecer eficazes contra as formas graves da doença, disse
ela.
A variante
já está presente em pelo menos 22 países. Na África, o número de casos oficiais
de Covid-19 aumentou 54% nos últimos sete dias em relação à semana anterior. Há
duas semanas, o continente registrava 300 novos casos por dia. Na quarta-feira,
houve 8.561, em comparação com os 4.373 registrados na terça-feira.
"Não
sabemos de onde vem essa variante", disse o especialista da OMS Ambrose
Talisuna.
A África do
Sul e os países vizinhos foram prejudicados com as restrições de viagens após
anunciarem a descoberta da variante. Para a OMS, essas restrições são
"injustas" e não se baseiam em considerações científicas.