O câncer em qualquer parte do corpo pode provocar sintomas
genéricos como perda de peso sem que esteja realizando uma dieta para perder
peso ou exercícios intensos, cansaço frequente e dor que não passa. No entanto,
para chegar ao diagnostico correto é preciso fazer uma série de exames para
descartar outras hipóteses.
Normalmente o câncer é diagnosticado quando a pessoa
apresenta sintomas bem específicos, que podem surgir de uma hora para outra,
sem explicação ou como uma consequência de uma doença que não foi corretamente
tratada. Como pode acontecer quando uma úlcera gástrica evolui para câncer de
estômago, por exemplo.
Na presença de sinais e sintomas que possam ser indicativos
de câncer, é importante que o médico seja consultado para que seja realizada
uma avaliação geral do estado de saúde da pessoa, levando também em
consideração o histórico familiar. Dessa forma, é possível identificar a causa
dos sintomas e, caso seja câncer, iniciar o tratamento de forma precoce,
aumentando as chances de cura.
1. Emagrecer sem fazer dieta ou praticar exercícios
A perda de peso rápida de até 10% do peso inicial em 1 mês,
sem estar fazendo dieta ou exercício físico intenso é um sintoma frequente em
pessoas que estão desenvolvendo câncer, principalmente câncer de pâncreas,
estômago ou esôfago, mas que também podem surgir em outros tipos.
2. Cansaço intenso fazendo pequenas tarefas
É relativamente comum que pessoas que estão desenvolvendo
câncer apresentem anemia ou perda de sangue pelas fezes, por exemplo, o que
leva à diminuição dos glóbulos vermelhos e à redução de oxigênio no sangue,
causando cansaço intenso mesmo quando se faz pequenas tarefas, como subir
alguns degraus ou tentar arrumar a cama, por exemplo.
Esse cansaço também pode ocorrer no câncer de pulmão,
uma vez que o tumor afetar tomar várias células sadias e diminuir a função
respiratória, levando a um cansaço que vai piorando progressivamente. Além
disso, pessoas com casos mais avançados de câncer também pode ter fadiga logo
de manhã após acordar, mesmo que tenham dormido toda a noite.
3. Dor que não passa
A dor localizada numa determinada região é comum em vários
tipos de câncer, como câncer no cérebro, nos ossos, no ovário, no testículo ou
no intestino. Na maioria dos casos, esta dor não alivia com o repouso e não é
causada por exercício excessivo ou outras doenças, como artrite ou lesão
muscular. É uma dor persistente que não cede com nenhuma alternativa como
compressas frias ou quentes, somente com analgésicos fortes.
4. Febre que vai e volta, sem tomar remédio
A febre irregular pode ser um sinal de câncer, como leucemia
ou linfoma, surgindo devido ao sistema imune estar enfraquecido. Geralmente, a
febre surge por alguns dias e desaparece sem precisar de tomar remédio,
voltando a surgir de forma instável e sem estar ligada a outros sintomas como
os da gripe.
5. Alterações nas fezes
Ter variações intestinais, como fezes muito duras ou diarreia
por mais de 6 semanas, pode ser um sinal de câncer. Além disso, em alguns casos
também podem surgir grandes alterações no padrão intestinal, como ter fezes
muito duras durante alguns dias e, em outros dias, diarreia, além de barriga
inchada, sangue nas fezes, náuseas e vômitos.
Essa variação no padrão das fezes deve ser persistente e não
ter relação com a alimentação e outras doenças intestinais, como intestino irritável.
6. Dor ao urinar ou urina escura
Os pacientes que estão desenvolvendo câncer podem ter dor ao
urinar, urina com sangue e vontade de urinar com maior frequência, sendo sinais
mais comuns no câncer de bexiga ou na próstata. No entanto, este sintoma também
é comum na infecção urinária e por isso deve-se realizar um exame de urina para
descartar esta hipótese.
7. Demora para cicatrizar feridas
O surgimento de feridas em qualquer região do corpo, como
boca, pele ou vagina, por exemplo, que demoram mais de 1 mês para cicatrizar,
também pode indicar câncer numa fase inicial, pois o sistema imune está mais
fraco e ocorre diminuição das plaquetas que são responsáveis por ajudar na
cicatrização de lesões. No entanto, a demora para cicatrizar também ocorre nos
diabéticos, podendo ser um sinal de diabetes descontrolada.
8. Sangramentos
A hemorragia também pode ser um sinal de câncer, que pode
acontecer na fase inicial ou numa fase mais avançada, podendo surgir sangue na
tosse, nas fezes, na urina ou no mamilo, por exemplo, dependendo da região do
corpo afetada.
Sangramento vaginal que não é o da menstruação, corrimento
escuro, vontade constante em urinar e cólica menstrual podem indicar câncer de
útero.
9. Manchas na pele
O câncer pode provocar alterações na pele, como manchas
escuras, pele amarelada, manchas vermelhas ou roxas com bolinhas e pele áspera
que causa coceira.
Além disso, podem surgir alteração da cor, formato e tamanho
de uma verruga, sinal, mancha ou sarda da pele, podendo indicar câncer de pele
ou outro tipo de câncer.
10. Caroços e inchaço das ínguas
O surgimento de nódulos ou caroços pode surgir em qualquer
região do corpo, como mama ou testículos. Além disso, pode ocorrer inchaço da
barriga, devido ao aumento do fígado, do baço e do timo, e inchaço das ínguas
localizadas nas axilas, virilhas e pescoço, por exemplo.
11. Ficar engasgado com frequência
Em alguns pacientes com câncer, pode haver dificuldade para
engolir, provocando engasgamento e tosse persistente, principalmente nos casos
de câncer do esôfago, estômago ou faringe, por exemplo.
Ínguas inflamadas no pescoço e ínguas, aumento do abdômen,
palidez, suores, manchas roxas na pele e dor nos ossos, são sintomas frequentes
de leucemia.
12. Rouquidão e tosse por mais de 3 semanas
Ter tosse persistente, falta de ar e voz rouca pode ser um
sinal de câncer de pulmão, de laringe ou tireoide, por exemplo. A presença de
tosse seca persistente, acompanhada de dor nas costas, falta de ar e cansaço
intenso, podem ser indicativos de câncer ce pulmão.
Outros sintomas que também podem indicar câncer na mulher são
alterações no tamanho da mama, vermelhidão, formação de crostas ou feridas na
pele junto do mamilo e saída de líquido pelo mamilo, que pode indicar câncer de
mama.
O que fazer se suspeitar de câncer
Em caso de suspeita de câncer deve-se ir ao médico para
realizar exames de sangue como PSA, CEA ou CA 125, por exemplo, que são
marcadores tumorais cujos níveis no sangue ficam aumentados em alguns tipos de
sangue.
Além disso, o médico pode indicar uma ecografia ou
ressonância magnética para observar o órgão e confirmar a suspeita de câncer e,
em alguns casos, pode ser necessário a realização de um outro exame de imagem
ou de uma biópsia.
A partir dos resultados dos exames laboratoriais e de imagem,
além de identificar o tipo de câncer, o médico é capaz de verificar a gravidade
do câncer e se há ou não metástase, assim como a sua possibilidade. Dessa
forma, é possível que seja indicado o melhor tratamento e a taxa de cura.
Por que ficar atento aos sinais e sintomas de câncer?
É importante estar atento aos sinais e sintomas de câncer,
recorrendo ao médico logo que sinta algum dos sinais ou sintomas, pois o
tratamento é mais eficaz quando o câncer é diagnosticado precocemente, tendo
menos probabilidade de se espalhar para outras regiões do corpo, existindo
assim maiores chances de cura.
Desta forma, nenhum sinal nem sintoma deve ser ignorado,
especialmente se ele está presente por mais de 1 mês.
Como é feito o tratamento
Após o diagnóstico do câncer o médico também deve indicar
qual o estadiamento do tumor e quais são as opções de tratamento porque elas
podem variar dependendo da idade da pessoa, tipo de tumor e estadiamento. As
opções incluem:
Cirurgia
Para retirada de todo o tumor, parte dele ou até mesmo outros
tecidos que possam estar afetados por ele. Este tipo de tratamento para o
câncer está indicado para tumores como o câncer de cólon, câncer de mama e da
próstata, por serem locais mais fáceis de operar.
Radioterapia
Consiste na exposição a radiação ionizante que podem diminuir
o tamanho do tumor, e pode ser indicada antes ou após a cirurgia.
O paciente durante o tratamento não sente nada, mas após a
sessão de radioterapia pode ter efeitos colaterais como náuseas, vômitos,
diarreia, pele vermelha ou sensível, que duram apenas alguns dias. O descanso é
importante na recuperação do paciente após a sessão da radioterapia.
Quimioterapia
Caracterizada pela toma de um coquetel de medicamentos, em
forma de comprimidos ou injeções, que são administrados no hospital ou centro
de tratamento.
A quimioterapia pode ser constituída apenas por um
medicamento ou pode ser uma associação de medicamentos e ser tomada em
comprimidos ou injetável. Os efeitos colaterais da quimioterapia são vários
como anemia, queda do cabelo, náuseas, vômitos, diarreia, feridas na boca ou
alterações na fertilidade. A quimioterapia, a longo prazo, pode também provocar
leucemia, um câncer no sangue, embora seja raro.
Imunoterapia
São medicamentos que fazem com que o próprio organismo seja
capaz de reconhecer as células cancerígenas, combatendo-as de forma mais
eficaz. A maioria dos tratamentos com imunoterapia são injetáveis e atuam em
todo o corpo, podendo provocar sintomas de reações alérgicas como erupção
cutânea ou coceira, febre, dor de cabeça, dor muscular ou náuseas.
Hormonioterapia
São comprimidos que servem para combater os hormônios que
possam estar relacionados ao crescimento do tumor. Os efeitos colaterais da
terapêutica hormonal dependem do medicamento utilizado ou da cirurgia, mas pode
incluir impotência, alterações menstruais, infertilidade, sensibilidade nas
mamas, náuseas, dor de cabeça ou vômitos.
Transplante de medula óssea
Pode ser usado nos casos de câncer nas células do sangue,
como leucemia, e tem como objetivo substituir a medula óssea doente por células
normais de medula óssea. Antes do transplante o indivíduo recebe tratamento com
altas doses de quimioterapia ou radioterapia para destruir as células cancerosas
ou normais da medula, para depois receber o transplante de medula óssea
saudável de uma outra pessoa compatível. Os efeitos colaterais do transplante
de medula óssea podem ser infecções, anemia ou rejeição da medula óssea
saudável.