Minha Vida Financeira do Banco Central diz que brasileiros têm R$ 8 bilhões a receber; veja como consultar

Segundo dados do BC, 79 mil pessoas já resgataram quase R$ 1 bilhão. Conheça a ferramenta de consulta e como transferir os valores a receber.

 


Você já ouviu falar da nova ferramenta do Banco Central, Minha Vida Financeira? Pois deveria. A mais recente ferramenta lançada pelo BC na última segunda-feira de 24 de janeiro traz um novo serviço: o Sistema Valores a Receber (SVR). Por ela, brasileiros podem consultar valores esquecidos em contas bancárias.

Segundo o Banco Central, cerca de 79 mil pessoas já resgataram mais de R$ 900 milhões, dinheiro esquecido em bancos e instituições financeiras do país. A ferramenta tem como objetivo ajudar pessoas físicas e jurídicas a saber se elas têm dinheiro para receber de alguma instituição financeira. Segundo o órgão máximo de controle financeiro do país, existem atualmente R$ 8 bilhões que podem ser resgatados.

Porém, na manhã dessa quarta-feira, 26 de janeiro, a ferramenta saiu do ar. Ela foi suspensa pelo BC na noite do dia 25, depois de registrar muitas oscilações em razão do alto número de acessos simultâneos. Saiba mais sobre ela e seu funcionamento abaixo.

O SVR está diretamente ligado ao sistema Registrato do Banco Central, uma ferramenta lançada em março de 2021 que permite à população o acesso, de forma rápida e segura, pela internet, a relatórios contendo informações sobre seus relacionamentos com instituições financeiras, suas operações de crédito e de câmbio, bem como suas chaves PIX.

Agora, desde segunda-feira, ele também fornece informações sobre valores que as pessoas tenham para receber. Num primeiro momento, o BC disponibilizou a liberação de recursos de contas correntes ou poupanças encerradas e não sacadas.

Porém, assim que o sistema voltar, ele deverá disponibilizar também a consulta referente a valores de cobranças indevidas, como tarifas, bem como cotas de capital e rateio de sobras líquidas de associados de cooperativas de crédito e grupos de consórcio que acabaram.

Ainda segundo o BC, ao longo de 2022 novas funcionalidades deverão ser acrescentadas à SVR, como liberar a consulta para a devolução de valores decorrentes de tarifas ou obrigações de crédito cobradas de forma indevida não previstas em termo de compromisso.

Também deve entrar na lista de serviços prestados a consulta a contas de pagamento pré-paga e pós-paga encerradas e com saldo disponível, contas encerradas em corretoras e distribuidoras de títulos e de valores mobiliários, entre outras situações.

Minha Vida Financeira temporariamente fora do ar

Entretanto, a procura pelo sistema foi tão grande durante os dois primeiros dias de funcionamento que a sobrecarga de acessos chegou a derrubar o site do Banco Central e o sistema Registrato.

Em função disso, o BC optou por tirar a ferramenta do ar temporariamente. Isso foi comunicado por meio de uma nota destacada na página inicial do site. Veja:

 

Na noite dessa quinta-feira, dia 27, porém, o BC divulgou novo comunicado informando que o retorno dessa ferramenta será no dia 14 de fevereiro.

"O BC informa que, a partir de 14/02/2022, o cidadão poderá consultar se tem algum valor a receber. Em caso positivo, será imediatamente informado sobre a data em que poderá solicitar a transferência dos recursos para sua conta. Essas solicitações de transferências poderão ser agendadas a partir de 07/03/2022, na data informada pelo sistema", disse o banco.

Como acessar o 'Minha Vida Financeira' e consultar os valores a receber

Para utilizar a ferramenta é preciso ter um cadastro no Registrato.

Existem três principais formas de se cadastrar para ter acesso a essas informações e o principal documento solicitado é o CPF. Veja como acessar:

1.     Pelo celular: acessando o aplicativo do seu banco, procurando a opção Registrato, você será encaminhado para o credenciamento na página do Banco Central e então é só acessá-lo. Acessando o Registrato basta procurar pela opção "Valores a Receber" e o usuário será direcionado para a página onde constará se há ou não dinheiro disponível para ele sacar.

2.     Pelo Internet Banking: obtenha uma frase de segurança na página do Banco Central, acesse https://credenciamento.bcb.gov.br/via-bcb/0 e preencha seus dados para obter a frase (o site acima está instável devido a problemas no banco de dados do Banco Central). Em seguida acesse o Internet Banking do seu banco pelo computador e procure a opção Registrato para validar a frase de segurança, então conclua o credenciamento na página do Banco Central para a qual você será direcionado. Agora é só acessar o registro. Então basta procurar pela opção "Valores a Receber" e o usuário será direcionado para a página onde constará se há ou não dinheiro disponível para ele sacar.

3.     Pelo site do Banco Central: ao acessar https://www.bcb.gov.br/ busque pela página "Minha Vida Financeira" e em seguida clique em "Valores a Receber". O próximo passo é clicar no item "Consulta ao Relatório Valores a Receber" e em "Iniciar Consulta". Nesse ponto o usuário precisara informar o CPF ou CNPJ. Depois da verificação digital o sistema irá apontar se há valores disponíveis ou não.

Como resgatar os valores?

O resgate dos valores, se eles estiverem disponíveis, poderá ser feito de duas formas:

  • no caso de bancos ou instituições financeiras que aderiram a termo específico junto ao BC: diretamente via Pix na conta indicada pelo beneficiário no Registrato;
  • nos outros casos, o beneficiário informará seus dados de contato no sistema e o meio de pagamento ou de transferência será informado pela instituição.

Na primeira fase da funcionalidade, o BC estima que cerca de R$ 3,9 bilhões de valores estejam retidos em decorrência das seguintes situações:

  • contas-correntes ou poupança encerradas com saldo disponível;
  • tarifas e parcelas ou obrigações relativas a operações de crédito cobradas indevidamente, desde que a devolução esteja prevista em Termo de Compromisso assinado pelo banco com o BC;
  • cotas de capital e rateio de sobras líquidas de beneficiários e participantes de cooperativas de crédito; e
  • recursos não procurados relativos a grupos de consórcio encerrados.

O BC afirma que as informações disponibilizadas no novo serviço são de responsabilidade das próprias instituições. "Em algumas situações, os saldos a receber podem ser de pequeno valor, mas pertencem aos cidadãos que agora possuem uma forma simples e ágil para receber esses valores", diz, por nota, a autoridade monetária.

R$ 900 mil já foram resgatados

Apesar dos problemas enfrentados, nesses primeiros dias de funcionamento da nova funcionalidade do Registrato, os correntistas já resgataram R$ 900 mil esquecidos em bancos e instituições financeiras, informou o Banco Central na noite de ontem, dia 25.

Ainda segundo o órgão, antes de sair do ar, cerca de 79 mil pessoas consultaram a ferramenta, e foram feitos 8,5 mil pedidos de devolução de recursos.

"O Sistema Valores a Receber (SVR) teve grande aceitação entre os cidadãos, gerando demanda muito superior à esperada. A despeito da instabilidade que essa demanda gerou no site, 79 mil cidadãos conseguiram consultar o SVR e 8,5 mil solicitações de devolução foram formalizadas, somando cerca de R$ 900 mil, os quais serão transferidos via Pix em até 12 dias úteis", disse o BC.

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