Caso ocorreu no sábado (5), em frente à maternidade Dona
Lindu. g1 tenta contato com agressor.
O motoboy Hery Silva, de 32 anos, foi agredido após tentar
cobrar um homem por uma entrega feita por aplicativo no sábado (5), em Manaus.
O caso ocorreu em frente ao hospital Dona Lindu, na Zona Centro-Sul da capital.
Uma mulher que estava no local gravou um vídeo e questionou o homem sobre as
agressões. O g1 tenta contato com ele. (Veja o vídeo acima).
Hery contou que ao chegar no local com a encomenda informou
ao cliente que o valor da corrida era de R$ 12. O homem lhe deu R$ 6 em moedas
e disse que faria um pix do restante. Após esperar 30 minutos, o motoboy
devolveu o dinheiro já repassado pelo cliente e tentou ir embora, quando o
homem começou as agressões. Segundo a vítima, foram cerca de dez minutos
imobilizado. Após isso, o homem fez a transferência do dinheiro.
Em Manaus cliente não efetua pagamento e o Entregador se recusa a entregar o pedido pois ele assumiria a dívida, acaba sendo agredido pelo cliente.
— Galo @pretazeferina (@galodeluta) February 6, 2022
Vídeo via página @umprincipedogueto pic.twitter.com/Wh5zZv7t9Y
O homem fez um boletim de ocorrência e o caso foi registrado
no 1º Distrito Integrado de Polícia da capital. Tentamos contato com a Polícia
Civil para mais informações sobre o caso, mas não obteve resposta até a
publicação da reportagem.
"Era uma entrega de um aplicativo e, assim como outros,
ele abre a possibilidade para que o cliente pague em dinheiro. Só que ele não
tinha dinheiro suficiente. E nesse caso, o procedimento é retornar com a
mercadoria para o remetente. Quando eu virei as costas, após ter esperado por
30 minutos, ele achou que eu estava sendo rude, me derrubou e começou a me
agredir", conta.
O motoboy disse que na hora ficou assustado, mas conseguiu
reagir e apenas tentou impedir que o homem o batesse. Segundo ele, o cliente
também o ameaçou.
"Em nenhum momento ofereci resistência. Sou acostumado
com esse tipo de coisa na academia, não ia me envolver em briga de rua, jamais.
Eu fiquei imobilizado. A única coisa que consegui fazer foi espalmar a mão para
evitar com que ele me agredisse. Ele não permitiu que eu saísse, inclusive me
ameaçou, disse que me conhecia, sabia onde eu morava. Segundo ele, é meu
vizinho".
Motoboy é natural do Maranhão e mora no Amazonas há mais de 15 anos. — Foto: Divulgação
O homem só parou de agredir Hery quando conseguiu pegar sua
bolsa, rasgá-la e levar a encomenda. "Além da humilhação, me deu um
prejuízo financeiro. Se ele tivesse me pedido para eu dar a mercadoria, eu
daria. Ele só queria as coisas dele e não queria pagar".
Natural do Maranhão, o Hery mora no Amazonas há mais de 15
anos. Ele tinha uma agência de turismo em Presidente Figueiredo, no interior do
estado, mas com a pandemia precisou encontrar novas formas de conseguir a renda
para casa. Agora, ele se sente com medo em continuar com a profissão, mas disse
que não sabe o que fazer.
" Ninguém vai me tirar da situação que eu encontro hoje
e me dar um novo trabalho. Vou ter que exercer essa profissão, mas e quando eu
sair? Me sinto um alvo. Somos alvos de trânsito, de ladrões e agora mais isso?
Até o cliente que a gente tá beneficiando nos agride, nos humilha, cospe na
gente. Como é isso? Não pode ser assim", finalizou.