Mary Helen Coelho Silva e outros dois homens foram presos com
15,5 quilos de cocaína, com valor equivalente a cerca de R$ 7,5 milhões. Mary é
moradora de Pouso Alegre (MG).
Mariana Coelho (direita) com sua irmã Mary Hellen (esquerda) — Foto: Arquivo pessoal
“Nosso objetivo é que ela não pegue a prisão perpétua ou pena
de morte”.
É o que disse a irmã de uma jovem de 21 anos que foi presa no
aeroporto de Bangkok, na Tailândia na última semana. Mary Hellen Coelho Silva e
outros dois homens foram presos com 15,5 quilos de cocaína, com valor
equivalente a cerca de R$ 7,5 milhões. A
Tailândia é um dos países onde o tráfico de drogas pode ser punido com pena de
morte, dependendo da quantidade e das circunstâncias.
Mary mora em Pouso Alegre com a mãe e os irmãos.
Ela e a irmã mais velha, Mariana Coelho, eram próximas e sonhavam em abrir uma
loja para vender os bolos que elas produziam juntas. Em entrevista, Mariana
contou como foi a descoberta da prisão da irmã na Tailândia e como foram estes
últimos dias.
Segundo Mariana, a notícia da prisão chegou por meio de um
áudio da própria irmã por meio de um aplicativo de mensagens.
“No domingo passado ela fez contato comigo. Ela me mandou um
áudio desesperada falando que tinha sido presa na Tailândia. Pediu para eu
ajudar ela de alguma forma, entrar em contato com a embaixada brasileira. Só
que eu não tinha noção da dimensão daquilo, não sabia da gravidade. Pra mim,
ela estava viajando para Curitiba atrás de algum namorado, estas coisas que os
jovens fazem”, relembrou Mariana.
Mariana contou que só começou a entender a gravidade da
situação depois que começou a pesquisar sobre o assunto e descobriu sobre as
possíveis punições que a irmã poderia sofrer. A notícia pegou a família de
surpresa e a mãe dela, que luta contra um câncer, precisou ser internada quando
soube que a filha havia sido presa no país asiático.
Cocaína estava escondida em compartimento oculto da bagagem, segundo as autoridades tailandesas — Foto: RPC/Reprodução
“A gente não sabia. Ela trabalhava com carteira assinada em
uma churrascaria da cidade. Ela tinha o serviço dela, tudo certinho. A gente
não sabe o que levou ela a fazer isso. A gente ficou em estado de choque,
estamos desesperados”.
Apesar de ter sido presa por tráfico de drogas, a irmã contou
que não sabia do envolvimento de Mary com este crime. Desde que a prisão
aconteceu, ela e a família estão sem informações sobre a brasileira.
“A gente quer uma notícia dela, saber como ela está sendo
tratada lá. Acho que a família tinha direito de pelo menos saber como ela está.
Imagina a gente aqui, uma semana, sem saber o que aconteceu. A gente não sabe
nada. Esse crime gravíssimo e as vezes ela não tinha nem consciência do que
estava acontecendo. Eu acho que ela não sabia de nada disso, pra mim ela foi
enganada, induzida”, afirmou.
Morador de Apucarana foi preso com 6,5 quilos de cocaína, na Tailândia — Foto: RPC/Reprodução
Diante da falta de notícias da irmã e o medo de uma possível
condenação na Tailândia, a família e os amigos estão mobilizando as redes
sociais pedindo para que Mary Hellen seja trazida para o Brasil. Eles querem
que ela seja julgada pela justiça brasileira.
“Queremos uma ajuda, não é possível que não tem nada o que
ser feito. Eu mandei um e-mail para o Itamaraty. Eles me retornaram dizendo que
tem ciência que a minha irmã estava presa em Bangkok, mas que eles não poderiam
contratar um advogado. Eu não sei na verdade como eles podem ajudar. Acho que
ninguém tem direito de tirar a vida de ninguém. Pagar com a vida é muito forte,
ne? Uma menina de 22 anos é muito jovem”, afirmou.
A família conta com a ajuda de advogados do município, mas
estão em busca de brasileiros que possam ajudar direto da Tailândia.
O que diz o Itamaraty
Ao g1 do Paraná, o Itamaraty informou que, por meio da
embaixada de Bangkok, acompanha a situação e presta toda assistência aos
brasileiros. O g1 Sul de Minas entrou em contato novamente com o Itamaraty
neste domingo (20), mas ainda não obteve retorno.