Ao menos 5 homens participam da ação, e agressões continuam com ele imobilizado. Gravação foi feita por câmeras do quiosque.
Imagens de câmeras de segurança do quiosque Tropicália mostram o momento em que o congolês Moïse Kabamgabe é espancado por vários homens antes de morrer no estabelecimento na orla da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.
As imagens mostram que as agressões começam depois de uma
discussão entre um homem que segura um pedaço de pau e o congolês, que levanta
objetos do quiosque como uma cadeira e um cabo de vassoura.
Em um momento, Moïse mexe em um refrigerador, e aí se aproximam mais dois homens. Um deles o derruba e, na sequência, começa a sessão de agressões. Em vários momentos é possível ver que o congolês não oferece mais resistência enquanto leva mais golpes com um pedaço de madeira.
Um homem que afirma ter cometido as agressões que resultaram
na morte do congolês foi levado no início da tarde desta terça para a Delegacia
de Homicídios.
O homem se apresentou inicialmente na 34ª DP (Bangu) e depois
foi levado para a DH, na Barra da Tijuca.
Em um vídeo, Alisson Cristiano Alves de Oliveira, de 27 anos,
assume a participação e diz que não teve a intenção de matar.
"Eu sou um dos envolvidos na morte do congolês. Quero
deixar bem claro que ninguém queria tirar a vida dele, ninguém quis fazer
injustiça porque ele era negro ou alguém devia a ele. Ele teve um problema com
um senhor do quiosque do lado, a gente foi defender o senhor e infelizmente
aconteceu a fatalidade dele perder a vida", disse Alisson.
O dono do quiosque também foi ouvido, mas na 16ªDP, que fica
na (Barra da Tijuca).
O espancamento
O congolês foi espancado até a morte depois de cobrar R$ 200 por duas diárias de trabalho não pagas no quiosque Tropicália, na orla da Barra, na Zona Oeste, segundo a deputada Dani Monteiro (Psol), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).
Moïse Kabamgabe, morto após cobrar diárias atrasadas em um quiosque na Barra da Tijuca — Foto: Reprodução/ TV Globo |
As agressões duraram pelo menos 15 minutos e foram
gravadas pelas câmeras de segurança do quiosque, como mostrou o vídeo acima.
Moïse apanhou de mais de um agressor que, segundo
testemunhas, usaram pedaços de madeira e um taco de beisebol. Ele foi
encontrado em uma escada, amarrado e já sem vida.
Os parentes só souberam da morte na manhã de terça-feira
(25), quase 12 horas após o crime.
Advogados do quiosque Tropicália chegam à Delegacia de Homicídios — Foto: Henrique Coelho/g1 |