Paranaense diz que irá para guerra defender a Ucrânia

Segundo o instrutor de tiro de Maringá, ele foi convidado para dar apoio como atirador do exército ucraniano e integrar a Legião Internacional de Defesa Territorial da Ucrânia.

 

Tiago é instrutor de tiro, formado em um clube de Arapongas — Foto: Arquivo pessoal

Tiago Rossi, de 28 anos, morador de Maringá, no norte do Paraná, disse que vai na próxima terça-feira (8) à Ucrânia para integrar a Legião Internacional de Defesa Territorial da Ucrânia, uma unidade militar formada por estrangeiros que queiram combater os russos no país.

Segundo o paranaense, ele foi convidado para dar apoio como atirador do exército ucraniano na guerra contra a Rússia.

"Eu vi o que a Ucrânia está passando. Tenho amigos de outros países lá, lutando por eles. Está muito acima de qualquer outra coisa. Apenas vou dar meu melhor e usar tudo que sei para defendê-los. Se fosse o Brasil no lugar deles, faria a mesma coisa", disse ao g1.

Conforme apurado pela BBC News Brasil, brasileiros têm buscado por informações sobre como participar do conflito, principalmente, após os primeiros ataques e depois que o presidente ucraniano, Volodymir Zelensky anunciou, em 27 de fevereiro, a criação da Legião Internacional de Defesa Territorial da Ucrânia.

A Embaixada da Ucrânia em Brasília informou que o assunto tem sido tratado pelo adido militar da representação no país. A embaixada disse não ter conhecimento sobre se brasileiros já conseguiram se alistar a essa legião internacional.

Tiago irá atuar como atirador na guerra entre Ucrânia e Russia — Foto: Arquivo pessoal

Segundo o instrutor, por segurança, ele não pode dar maiores detalhes sobre o convite que recebeu e a operação envolvida.

Rossi publicou em uma das redes sociais dele, na sexta-feira (4), sobre a ida à Ucrânia. Agora, ele se prepara para a viagem internacional.

"Cada um atua na tua especialidade, é bem organizado. Estamos bem assessorados pela inteligência ucraniana. É uma experiência ímpar. Confesso para vocês que dá medo, não tenho nenhuma experiência em uma guerra, obviamente, mas acho que vai ser algo inesquecível na minha vida. Peço que todos estejam orando e desejando sorte. É algo que nunca imaginei que aconteceria na minha vida", relatou na postagem.

O empresário se formou como instrutor de tiro em 2020, em um clube certificado de Arapongas, no norte do Paraná, conforme um dos instrutores do curso.

Apesar da formação mais recente, Rossi afirmou que tem contato com o universo das armas desde a adolescência, por ser filho de policial e sempre apresentar interesse pelo assunto.

 

O empresário deve deixar o Brasil na terça-feira (8) — Foto: Arquivo pessoal

Legião Internacional de Defesa Territorial da Ucrânia

Pelo Twitter, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, convidou estrangeiros que queiram lutar contra o exército russo.

"Estrangeiros dispostos a defender a Ucrânia e a ordem mundial como parte da Legião Internacional de Defesa Territorial da Ucrânia, eu convido vocês a contatar as missões diplomáticas da Ucrânia em seus respectivos países", disse Kuleba.

É esse o caminho que alguns brasileiros adotaram nos últimos dias para buscar informações sobre como participar dos combates.

Procurada pela BBC News, a Embaixada da Ucrânia em Brasília confirmou que tem sido procurada por brasileiros sobre o assunto, mas disse que o procedimento tem sido feito diretamente na Ucrânia.

Não há expectativa de que a embaixada possa organizar o transporte de brasileiros que querem lutar na Ucrânia.

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