Substâncias eram utilizadas para perda de peso
Um enorme coquetel de remédios para emagrecer foi a provável
causa da morte da cantora Paulinha Abelha, da banda Calcinha Preta. De acordo
com uma reportagem do Domingo Espetacular, um exame realizado após a morte da
artista indicou uma necrose que poderia corresponder a uma “injúria hepática
induzida por medicamentos”.
Foi encontrada uma receita médica, fornecida pela própria
nutróloga da artista, indicava 17 substâncias que, combinadas, poderiam ter
sobrecarregado o funcionamento do seu fígado.
Entre as substâncias estão um antidepressivo, um redutor de apetite, um suplemento alimentar, um regulador do sono , um estimulante, calmantes naturais, uma cápsula para memória e concentração e uma fórmula que promete inibir o apetite e reduzir medidas. Um de seus componentes é a erva asiática Garcinia Gambogia, que é potencialmente hepatóxica e pode levar a uma hepatite fulminante.
Na receita também constava um combinado do farmaco orlistate
com morosil - um extrato de suco de laranja vernelho que combate a gordura
localizada. Seus componentes inibem as enzimas do fígado, dificultando que o
órgão exerça a sua função. De acordo com os médicos ouvidos pela reportagem, a
associação medicamentosa criou uma alta demanda para ser processada, o que
acabou sendo dificultado pelo uso do morosil.
O problema teria sido agravado pela possível aplicação de
barbitúricos. Estes sedativos não constam na receita da nutróloga, mas foram
encontrados no painel toxicológico. Em geral, são ministrados em hospitais. P
or meio de uma nota, a nutróloga da cantora informou a
reportagem do "Domingo Espetacular" que Paulinha Abelha iniciou o
tratamento com ela em 2020, e que "todos os medicamentos prescritos para a
paciente o foram dentro de todos os protocolos médicos previstos para o quadro
clínico que esta se apresentava".