Parlamentares pediram investigação sobre o caso; Exército adquiriu 60 próteses, cujos valores variam de R$ 50 mil a R$ 60 mil
Informações disponibilizadas pelo Portal da Transparência e
pelo Painel de Preços do governo federal mostram que, em 2021, o Exército
Brasileiro gastou cerca de R$ 3,5 milhões na compra de próteses penianas
infláveis de silicone.
De acordo com os dados, o Ministério da Defesa aprovou três
pregões para a aquisição de 60 próteses com comprimentos entre 10 e 25
centímetros. O valor unitário dos produtos variou entre R$ 50 mil e R$ 60 mil.
Todos os processos já foram homologados.
Em uma das licitações, a pasta permitiu a compra de dez
próteses ao preço de R$ 50.149,72 cada. No segundo certame, foram adquiridos 20
produtos ao custo de R$ 57.647,65 a unidade. Já no último pregão, o mais caro
de todos, houve a compra de 30 próteses com preço unitário de R$ 60.716,57.
As próteses adquiridas foram disponibilizadas a hospitais
militares nas capitais de São Paulo e do Mato Grosso do Sul. Segundo o
detalhamento das compras, os produtos teriam sido utilizadas na realização de
cirurgias.
A compra das próteses penianas foi revelada nesta terça-feira
(12), pelo deputado Elias Vaz (PSB-GO), que já tinha divulgado na segunda-feira
(11) que as Forças Armadas autorizaram processos de compra de 35.320
unidades de citrato de sildenafila, conhecido como Viagra, medicamento indicado
para o tratamento de disfunção erétil.
"O questionamento que fazemos é: por que o governo
Bolsonaro está gastando dinheiro público para pagar essas próteses? O povo
brasileiro sofre para conseguir medicamentos nas unidades de saúde e um grupo é
atendido com próteses caríssimas", ponderou o parlamentar.
Após tomar conhecimento do caso, Vaz acionou o TCU (Tribunal
de Contas da União) e o MPF (Ministério Público Federal), em conjunto com o
senador Jorge Kajuru (Podemos-GO), para pedir uma investigação sobre as
compras.
O R7 entrou em contato com o Exército, mas
não teve retorno até a publicação desta reportagem.