Leniel Borel, que atua como assistente de acusação, disse que
vai acompanhar o MP-RJ no recurso contra a determinação
O engenheiro Leniel Borel, pai do menino Henry Borel, morto
em março do ano passado, considerou "inacreditável" e
"revoltante" a decisão da Justiça que mandou soltar a mãe da criança,
Monique Medeiros, acusada da morte do filho, nesta terça-feira (5).
Leniel, que atua como assistente de acusação, confirmou que
os próprios advogados e o MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) vão
recorrer da determinação da juíza Elizabeth Louro, responsável pelo processo
que apura a morte do menino de 4 anos.
"Monique é tão culpada quanto Jairo. Ela merece uma pena
igual ou maior do que ele. Respeitamos a decisão da juíza, mas vamos recorrer,
nós, assistentes de acusação, acompanhando o Ministério Público. É uma afronta
para nós, cidadãos, soltar uma ré acusada de crime doloso. Como pode isso?
Daqui a pouco vai existir uma 'Lei Monique Medeiros', que todo assassino,
criminoso, vagabundo que se sentir ameaçado dentro da cadeia pode sair pela
porta da frente. Como vou falar isso para todo o povo brasileiro que me ajuda e
ora por mim?", questionou Leniel em vídeo.
A magistrada concedeu a liberdade para Monique Medeiros, com
a condição de que a ré use tornozeleira eletrônica e não tenha contato com
terceiros, exceto familiares e advogados. Entre as justificativas para atender
ao pedido da defesa da mãe de Henry, a magistrada citou a segurança da detenta,
que recebeu ameaças na prisão.
O advogado Hugo Novaes, que representa Monique, disse que ela
sofreu prejuízos no andamento do processo em razão do interrogatório do outro
réu ter sido remarcado. A defesa afirmou ter recebido a decisão com sensação de
justiça e declarou que aguarda o alvará de soltura.
Na mesma decisão, a juíza manteve a prisão preventiva do
ex-vereador Dr. Jairinho, ex-companheiro de Monique Medeiros. Em nota, os
advogados dele disseram que a decisão "significa uma vitória" para a
defesa do ex-vereador, que sempre sustentou a inocência de ambos e a falta de
materialidade que pudesse implicar os dois no crime. Além disso, sustentou que
os mesmos argumentos utilizados para soltar Monique servem para ele.
O casal foi preso em 8 de abril de 2021, sob a acusação de
atrapalhar as investigações do caso Henry. Monique e Jairinho tiveram a prisão
preventiva decretada no processo que apura tortura e morte do menino.