Priscila Muniz, de 31 anos, teve um grave corte na testa,
além de ferimentos por todo o corpo; veja vídeo
O aniversário de 60 anos da cidade de Pau Brasil, no sul da
Bahia, foi manchado por um episódio de violência. Durante a festa realizada na
noite da última segunda-feira (18), uma mulher indígena Pataxó HãHãHãe foi
agredida por policiais militares e teve sérios ferimentos na cabeça, além de
escoriações por todo o corpo.
Priscila Muniz, de 31 anos, estava na festa com o marido
quando ele decidiu passar próximo a uma equipe da PM, que não teria gostado da
aproximação e lhe atingido com um cassetete. "Não teve motivo nenhum, ele
apenas pediu licença para passar, aí eles agrediram meu esposo. Quando eu pedi
para que eles não fizessem isso porque a gente só estava passando eles me
agrediram. Não tem lógica! A única coisa que eu posso dizer é preconceito
contra nós indígenas", comenta.
As imagens foram compartilhas nas redes sociais pela jovem
liderança Pataxó HãHãHãe Fabrício Titiah, e rendeu centenas de respostas. O
vídeo mostra Priscila e o esposo sendo agredidos e caindo no chão, enquanto os
policias seguem desferindo golpes. Ela ainda tenta argumentar com os PMs
enquanto o sangue escorre da sua testa.
[⚠️Cenas de violência]
— Fabrício Titiah 🏹 (@fabriciotitiah) April 20, 2022
🚨DENÚNCIA: Mulher indígena Pataxó HãHãHãe foi brutalmente agredida pela Polícia Militar da Bahia em festa no município de Pau Brasil, sul da Bahia.
Um extremo absurdo!
Isso não pode ficar impune! pic.twitter.com/1YOfvRbawj
A mulher chegou a desmaiar e foi levada ao hospital do
município pelo seu tio, o Cacique Nailton Muniz. Priscila teve um corte extenso
na cabeça e precisou levar pontos. Ela já se recuperou do choque inicial,
mas ainda se diz revoltada com a situação.
"Agredir uma pessoa assim sem ela ter feito nada é abuso
de poder", diz
Priscila.
Segundo o Cacique Nailton, o caso foi registrado no Complexo
Policial de Pau Brasil e Priscila esteve em Itabuna nesta quarta-feira (20)
para a realização do exame de corpo de delito.
Procurada pelo CORREIO, a Polícia Militar da Bahia não se
posicionou sobre o ocorrido até o momento desta publicação.
A Polícia Civil também foi procurada, mas o registro
da ocorrência não foi localizado.