Veja para quanto pode ir a aposentadoria do INSS em 2023

Governo prevê inflação de 6,7% neste ano, percentual que deve ser aplicado ao salário mínimo e benefícios do INSS

 


Os aposentados do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) poderão ter reajuste de 6,70% na aposentadoria e demais benefícios, conforme a previsão de inflação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) para este ano, que consta no PLDO (Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2023.

O projeto de lei com diretrizes para o Orçamento de 2023 foi enviado ao Congresso pelo governo nesta quinta-feira (14) e prevê um salário mínimo de R$ 1.294 para o ano que vem.

O mínimo, que também é o piso dos benefícios da Previdência, teria apenas a reposição da inflação mais os arredondamentos. Neste ano, o piso nacional está em R$ 1.212.

A inflação projetada pelo governo é usada não apenas para corrigir o salário mínimo e os demais benefícios da Previdência, mas também serve como base para calcular os gastos do Executivo no próximo ano.

No projeto de lei enviado ao Congresso, o Executivo também projeta os salários mínimos para os anos de 2024 e 2025, com base em projeções de inflação. Pelos cálculos, o piso será de R$ 1.337, em 2024, e de R$ 1.378, em 2025.

VEJA PARA QUANDO PODE SUBIR A APOSENTADORIA EM 2023 (EM R$)


PERCENTUAL FINAL SÓ SAI EM JANEIRO

Os índices de inflação utilizados são apenas previsões. O reajuste final dos benefícios do INSS só sai em janeiro de 2023, quando o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulga a inflação do ano. Até agora, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) acumulado de 12 meses até março está em 11,30%.

O percentual é o maior para a inflação oficial do país desde março de 1994, antes de o Plano Real (implantado em julho), quando o indicador atingiu 42,75%. O índice, que geralmente é bem próximo do INPC, usado para reajustar salários, chegou a 1,62% em março deste ano.

Neste ano, a meta de inflação é de 3,50%, podendo chegar a 5%. Analistas, no entanto, veem um aumento maior do IPCA, de 7% até dezembro. Se as estimativas forem confirmadas, 2022 será o segundo ano consecutivo de descumprimento da meta. Em 2021, o IPCA teve alta de 10,06%.

REAJUSTE DAS APOSENTADORIAS FOI DE 10,16% NESTE ANO

Enquanto o IPCA fechou o ano de 2021 em 10,06%, o INPC atingiu 10,16% no ano passado, percentual usado no reajuste das aposentadorias e demais benefícios do INSS neste ano. O reajuste, porém, depende de quando o segurado se aposentou.

Os 10,16% foram aplicados para quem já tinha benefício em 1º de janeiro de 2021. Aqueles que começaram a receber os pagamentos a partir de fevereiro do ano passado receberam aumento proporcional, conforme os valores abaixo. Confira:

  • Até janeiro de 2021: 10,16%
  • Início do benefício em fevereiro de 2021: 9,86%
  • Início do benefício em março de 2021: 8,97%
  • Início do benefício em abril de 2021: 8,04%
  • Início do benefício em maio de 2021: 7,63%
  • Início do benefício em junho de 2021: 6,61%
  • Início do benefício em julho de 2021: 5,97%
  • Início do benefício em agosto de 2021: 4,90%
  • Início do benefício em setembro de 2021: 3,99%
  • Início do benefício em outubro de 2021: 2,75%
  • Início do benefício em novembro de 2021: 1,58%
  • Início do benefício em dezembro de 2021: 0,73%

AUMENTO DO SALÁRIO MÍNIMO É POR DECRETO E DEFINE OUTROS PAGAMENTOS

O reajuste do salário mínimo ocorre por meio de decreto presidencial que, em geral, é assinado no final de cada ano. Desde o início do governo Bolsonaro, o mínimo recebe apenas a correção da inflação. Nos anos de governo de Lula, Dilma e Temer, o piso nacional tinha aumento maior, que levava em conta a inflação do ano anterior mais o PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos antes.

No governo de Michel Temer (PMDB), embora a política de valorização real do salário mínimo ainda estivesse valendo, houve a reposição da inflação por dois anos, já que não houve crescimento do PIB. Em um dos anos, inclusive, Temer chegou a aplicar um reajuste menor ao mínimo, porque a previsão de inflação usada para assinar o decreto foi menor do que o índice divulgado posteriormente pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O aumento do salário mínimo impacta em outros pagamentos feitos pelo governo e outros órgãos. Quando o piso sobe, há reajuste no total pago em ações previdenciárias de menor valor, chamadas de RPVs (Requisições de Pequeno Valor), no abono do PIS/Pasep e nas contribuições previdenciárias, entre outros gastos.

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