Ter uma indigestão pontual não é sinal de que você esteja com um tumor, mas é necessário investigar caso sensação seja recorrente
O câncer de estômago, também conhecido como câncer gástrico,
é um tumor que se desenvolve no sistema digestivo e pode ser fatal. De acordo
com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), a condição acomete, anualmente,
mais de 20 mil brasileiros e mata, aproximadamente, 13 mil desses pacientes.
Algumas pessoas sentem medo de que azia e refluxo após as
refeições sejam sinais de um possível câncer de estômago. No entanto, ter uma
indigestão pontual de vez em quando não significa que você esteja com algum
tipo de tumor. A preocupação deve acontecer apenas se os episódios começarem a
se repetir com frequência.
Sintomas
“No início, os principais sintomas são: indigestão, sensação
de inchaço após as refeições, azia, ligeira náusea e perda de apetite. À medida
que o câncer gástrico avança, pode haver sintomas mais sérios, como: dor de
estômago, sangue nas fezes, vômito, perda de peso sem motivo, dificuldade para
engolir, olhos ou pele amarelados, inchaço no abdômen, constipação ou diarreia,
fraqueza ou sensação de cansaço, azia e náuseas“, enfatiza a oncologista Tania
Moredo, do Hospital Igesp.
Causas
Não existe uma causa exata para o desenvolvimento de câncer
de estômago. Assim como outros tumores, a origem do problema costuma ser
multifatorial e existem algumas condições que podem favorecer o aparecimento da
doença. São elas:
- Fumar;
- Estar
acima do peso ou ser obeso;
- Ter
uma dieta rica em alimentos defumados, em conserva ou salgados;
- Cirurgia
anterior de estômago para úlcera gástrica;
- Consumir
álcool;
- Doenças
pré-existentes, como anemia perniciosa, lesões pré-cancerosas (como
gastrite atrófica e metaplasia intestinal) e infecções pela bactéria
Helicobacter pylori (H. Pylori);
- Gastrite
crônica e úlceras de estômago mal curadas;
- Trabalhar
nas indústrias de carvão, metal, madeira ou borracha;
- Exposição
ao amianto;
- Trabalhadores
rurais que foram expostos a uma série de compostos químicos, em especial,
agrotóxicos.
"É importante saber que um fator de risco não determina
o câncer isoladamente, mas aumenta as chances de uma pessoa ficar doente.
Existem elementos de risco que não podem ser alterados como: a idade (mais
frequente acima de 60 anos), ser do sexo masculino, além dos fatores genéticos.
Felizmente, apenas 3% a 5% dos cânceres de estômago são hereditários, ou seja,
causados por genes herdados de nossos pais", explica a Dra. Moredo.
Diagnóstico
"Para o diagnóstico deste tipo de câncer, é necessário
passar em consulta médica para uma avaliação, onde será feita uma análise sobre
os sintomas, seu histórico médico e familiar. No consultório será realizado o
exame clínico, sendo que podem ser solicitados alguns exames adicionais, como
exames de sangue, endoscopia alta (exame de imagem para examinar o estômago),
tomografia computadorizada (exame de imagem do interior do seu corpo) e a
biópsia (o médico retira um pequeno pedaço de tecido do estômago para
examiná-lo ao microscópio em busca de sinais de células cancerosas). A biópsia
pode ser feita durante uma endoscopia", esclarece a médica.
Prevenção
A alimentação balanceada e saudável é fator primordial para
evitar o desenvolvimento do câncer de estômago. "Evite alimentos muito
salgados, em conserva, curados ou defumados, como cachorro-quente, carnes
processadas ou queijos defumados. É importante também manter o seu peso em um
nível saudável, não fumar e praticar atividades físicas regularmente",
orienta a oncologista.
Tratamento
“Cada caso é analisado individualmente e planejado de acordo
com os princípios da literatura médica especializada no tratamento do câncer. A
terapia sistêmica é o tratamento que o oncologista faz por meio da
quimioterapia, terapia alvo ou imunoterapia. Já a radioterapia é um dos
procedimentos mais comuns para o combate ao câncer. A radiação pode ser usada
sozinha ou com outros tratamentos, como cirurgia, quimioterapia, hormônios ou
terapia direcionada. Vale lembrar que a escolha do tratamento para o câncer de
estômago depende do estadiamento da doença, que indica quão avançada está e o
quanto ela se espalhou pelo corpo", finaliza a Dra. Moredo.
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