Segunda a Defensoria Pública, policiais estão furtando
objetos e eletrodomésticos. Moradora afirma que invasão ocorreu por
praticamente três meses. Quando os agentes saíam, ela entrava na casa para ver
os estragos.
Abuso e desrespeito em uma comunidade do Rio de Janeiro. Uma
moradora afirma que policiais militares invadiram e ocuparam a casa dela
durante três meses, como se fossem os donos. E ainda teriam furtado objetos de
lá. O caso está sendo investigado pelo Ministério Público, que já recebeu
outras denúncias.
Policiais Militares em serviço invadem a casa de uma moradora
da comunidade do Jacarezinho, na Zona Norte do Rio. Eles estão tranquilos,
armas pra baixo. A moradora passava uns dias fora.
Ela procurou a Defensoria Pública no fim de janeiro, dias
depois da implantação do Programa Cidade Integrada. O projeto do Governo do
Estado pretende retomar o território ocupado pelo tráfico e pela milícia. Foi
nessa comunidade que, em maio de 2021, 28 pessoas foram mortas numa operação da
Polícia Civil, a mais letal do Rio de Janeiro.
Segundo a denúncia da moradora, a ocupação da casa pelos
policiais passou a ser frequente. Em depoimento ao Ministério Público, ela
contou que “não mais retornou para sua casa com medo de que os policiais a
invadissem".
E “que ela tem medo de que os policiais façam alguma coisa
com ela”. E que "os policias começaram a “mandar recado”, dizendo que era
para a declarante não retornar para casa porque eles precisavam de um lugar pra
ficar durante o serviço”.
Foram praticamente três meses. Quando os policiais saíam, ela
entrava na casa para ver os estragos. Foi aí que passou a documentar tudo em
vídeo e colocou a câmera escondida.
Depois de ser bastante usada, a casa começou a ser
depredada. Segundo a denúncia, primeiro começaram a sumir objetos
pequenos, perfumes, bijuterias, as roupas. Depois começaram a desaparecer os
eletrodomésticos. Por fim, as portas dos armários, as tomadas, os interruptores
e até as lâmpadas foram levadas.
A Polícia Militar disse, em nota, que o Comando da Corporação
determinou um procedimento apuratório. E que todos os policiais militares
envolvidos na suposta invasão de domicílio já foram identificados e ouvidos. E
que para assegurar a transparência das ações de patrulhamento, foi instalado na
comunidade um posto da Corregedoria Geral da PM, que já recebeu mais de 30
denúncias de moradores.