Informações foram enviadas ao STF pelo oficial de Justiça responsável pela notificação. Segundo oficial, Silveira disse que não receberia documento por ter tido perdão de pena de Bolsonaro.
Deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), condenado pelo STF, durante evento com Bolsonaro no Palácio do Planalto em 27 de abril — Foto: Eraldo Peres/AP Photo |
O deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) se recusou nesta
quarta-feira (4) a receber a notificação da nova ordem do Supremo Tribunal
Federal (STF) para que se apresente em 24 horas e coloque uma nova tornozeleira
eletrônica.
A informação foi enviada ao Supremo pelo oficial de Justiça
encarregado de fazer a notificação.
Segundo o oficial, ele abordou Daniel Silveira na Câmara dos
Deputados, mas o parlamentar se recusou a assinar o mandado informando que não
tem que usar tornozeleira eletrônica por ter recebido o perdão de pena do
presidente Jair Bolsonaro.
Em abril, o STF condenou Daniel Silveira a 8 anos e 9 meses
de prisão, à perda do mandato e à perda dos direitos políticos. O deputado
bolsonarista foi julgado por estímulo a atos antidemocráticos e ataques a
ministros do Supremo e a instituições como o próprio STF.
Um dia após o julgamento, o presidente Jair Bolsonaro editou
um decreto no qual perdoou a pena imposta a Daniel Silveira. Partidos políticos
já acionaram o STF a fim de derrubar o decreto. A relatora do caso é a ministra
Rosa Weber.
Decisão sobre a tornozeleira
Na decisão desta terça-feira (3), o ministro Alexandre
de Moraes reforçou que, apesar do perdão dado pelo presidente Jair Bolsonaro,
continuam valendo as medidas restritivas impostas pelo plenário do Supremo a
Daniel Silveira, entre as quais o uso da tornozeleira, enquanto não for julgada
a legalidade do indulto.
Alexandre de Moraes também decidiu bloquear todas as
contas bancárias do deputado. E fixou uma multa de R$ 405 mil,
levando em conta que o deputado descumpriu as medidas cautelares impostas pelo
supremo 27 vezes.
Daniel Silveira chegou a ser preso no ano passado por ordem
do STF, mas depois foi solto mediante algumas medidas restritivas, que, segundo
a Procuradoria Geral da República (PGR), o parlamentar descumpriu.
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