Inquérito foi concluído nesta sexta-feira (20) pela 16ª Delegacia de Polícia; segundo Polícia Civil, sem-teto Givaldo Alves responderá pelo crime de difamação contra esposa do personal. Caso aconteceu em 9 de março, em Planaltina.
O personal trainer Eduardo Alves, de 31 anos, responderá pelo
crime de lesão corporal leve praticada contra o sem-teto Givaldo Alves, de 48
anos, em Planaltina, no Distrito Federal. Em março, o marido agrediu Givaldo,
após flagrá-lo fazendo sexo com a esposa, Sandra Maria Fernandes, dentro do
carro da família (veja vídeo acima).
O inquérito foi concluído nesta sexta-feira (19), pela 16ª
Delegacia de Polícia, em Planaltina, responsável pela apuração do caso. De
acordo com a Polícia Civil, o sem-teto também foi indiciado e responderá apenas
pelo crime de difamação praticado contra Sandra Mara.
Eduardo Alves e a esposa, Sandra Mara — Foto: Instagram/Reprodução |
De acordo com a corporação, Givaldo não será indiciado por
"outro suposto crime averiguado em face de investigação". O g1 tentou
entrar falar com Eduardo Alves, mas não obteve retorno até a última atualização
desta publicação. A reportagem tenta contato com os outros envolvidos.
Agressões
Vídeo mostra novo ângulo de agressão a sem teto que fez sexo com esposa de personal no DF — Foto: Reprodução |
As agressões de Eduardo contra o sem-teto foram gravadas por
câmeras de segurança e o caso ganhou repercussão nacional. Segundo o boletim de
ocorrência, o marido saiu para procurar a esposa, que estava desaparecida há
algumas horas.
No caminho, ele encontrou o carro da mulher estacionado e,
quando se aproximou, viu que a companheira fazia sexo com o sem-teto. As
imagens das câmeras de segurança mostram que, no dia do flagra, Eduardo
arrancou o sem-teto Givaldo Alves de dentro do veículo e o agrediu.
No vídeo é possível ver que, depois de apanhar, o morador de
rua saiu correndo. A mulher ficou na calçada e chegou a cair no chão, de
joelhos, junto ao marido.
Sem-teto Givaldo Alves, de 48 anos, afirma que foi procurado por mulher de personal trainer, em Planaltina, no DF — Foto: TV Globo/Reprodução |
À polícia, o personal trainer disse ter pensado que a esposa
estivesse sendo estuprada. Também contou que ela enfrentava "problemas
psicológicos". Após o ocorrido, a mulher foi levada a uma instituição de
saúde, onde passou por tratamento médico.
Após a confusão, Givaldo recebeu atendimento no Hospital
Regional de Planaltina. Ele alegou que não conhecia a mulher e que não sabia
que ela era casada. Também negou qualquer possibilidade de violência sexual. Em
depoimento à polícia, o sem-teto disse que foi abordado por Sandra e que ela o
chamou "para brincar".
Em áudios gravados pela própria mulher e que circularam à
época da divulgação caso, ela contou que manteve relações sexuais consensuais
com Givaldo. Sandra disse que enxergou Deus e o próprio marido no homem.
Surto e humilhação
No último dia 27, a esposa do personal usou as redes sociais
para falar pela primeira vez sobre o caso. "Passei por dias muito
difíceis, nunca me imaginei naquela situação. Eu me sinto profundamente
dilacerada pelo ocorrido", afirma.
Sandra Mara diz que teve um surto e que vai procurar por
justiça por "ter sido usada como objeto de prazer durante delírios e
alucinações que confundiram minha mente e me colocaram num contexto nojento e
sórdido".
No post, Sandra diz ter sido vítima de humilhação após a
repercussão do caso: "Fui taxada como uma mulher qualquer, uma mulher
promíscua, uma mulher com fetiche, uma traidora".
"Eu sempre soube que vivemos numa sociedade desigual,
mas eu não escolhi ter um surto, eu não escolhi ter sido humilhada, eu não
escolhi ter minha vida exposta e devastada!", escreveu.
Ela também agradece ao marido, aos familiares e aos
profissionais de saúde que trabalharam do tratamento.
"Agradeço ao meu esposo por tudo que ele fez por mim.
Ele me defendeu durante e depois do ocorrido, pois sabe que em condições
normais eu jamais teria permitido passar por aquilo."
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