Segundo a família, vítima estava em um bar e aparece no vídeo com as mãos para cima. PM afirma que homem tinha passagem pela polícia e que não houve excessos por parte da corporação.
Um homem de 29 anos, negro, foi morto por militares na noite
de sábado (16), na Vila Barraginha, em Contagem, na Região Metropolitana
de Belo Horizonte. Segundo familiares, a vítima é Marcos Vinícius Vieira Couto,
e ele estaria em um bar quando foi abordado pela polícia. Ainda de acordo com
os parentes, os militares argumentavam ter recebido denúncia de que ele estaria
fazendo disparos no local. Mesmo após negar estar armado, ele teria sido morto.
Imagens de vídeos feitos por moradores da região mostram o
momento em que a vítima conversa com os policiais com as mãos para cima e
depois é levado para parte de trás de um veículo. Em seguida, é possível ouvir
disparos de arma de fogo e a gritaria de testemunhas dizendo que ele não
reagiu.
Em entrevista coletiva realizada neste domingo (17), a
Polícia Militar confirmou que um dos militares atirou três vezes após Marcos
reagir durante a abordagem, mas que a vítima foi socorrida com vida e morreu no
hospital. O militar envolvido na ocorrência foi conduzido para o 39º Batalhão,
onde foi feito o flagrante de prisão e ele fica à disposição da Justiça Militar
de Minas Gerais.
"Não há qualquer tipo de excesso, de exagero na
abordagem", afirmou a porta-voz da Polícia Militar, major Layla Brunnela,
que também aponta edição nos vídeos que circulam em redes sociais. Segundo ela,
é possível ver um volume [que seria a arma] no bolso de trás da roupa do
suspeito, nas imagens. Segundo a PM, ele tem sete passagens por porte de arma,
nove por tráfico e uma por venda de armas.
Homem é morto após abordagem da PM na Vila Barraginha, Contagem — Foto: Arquivo Pessoal
A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do
Brasil em Minas Gerais afirmou ter acionado as autoridades, como o Ministério
Público e a Ouvidoria de Policia do Estado.
Segundo a comissão, essa foi a "terceira execução no
local em menos de duas semanas" e, de acordo com denúncia à entidade,
ocorreram porque "o suposto traficante e outros não pagaram os valores de
suposta corrupção cobradas e devidas aos policiais".