Família desconfiou de Giovanni Quintella Bezerra após divulgação do caso nesta segunda-feira (11)
Uma segunda mulher se apresentou na Delegacia de Atendimento
à Mulher de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, para testemunhar contra
o médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra. Ele foi preso em flagrante na
madrugada desta segunda-feira (11) pelo estupro de uma paciente que estava
dopada e passava por uma cesárea no Hospital da Mulher Heloneida Studart.
Familiares de uma mulher de 23 anos afirmaram aos policiais que
ela também foi vítima de estupro durante uma cesárea realizada no mesmo
hospital, no dia 6 de julho. Sua mãe afirma que a filha saiu totalmente dopada
do procedimento e que acordou apenas no dia seguinte à noite.
Ainda segundo a mãe, a filha acordou com uma substância
branca no pescoço. Inicialmente, a família achou que era resultado de algum
procedimento do hospital. Quando assistiu ao noticiário nesta segunda e viu que
o médico havia sido preso, ela concluiu que sua filha também havia sido vítima
de um estupro.
Delegada responsável pelo caso, Barbara Lomba diz que, para
apurar se a paciente realmente também foi vítima de estupro, será necessário
"puxar o prontuário, ver por que [houve] a sedação, verificar qual era a
equipe presente e quais procedimentos ele [o anestesista] adotou".
Em entrevista a jornalistas, a segunda vítima disse que está
indignada porque o médico teria se aproveitado de um momento vulnerável para
cometer o crime. Ela afirmou que deseja que o anestesista fique preso por muito
tempo e que outras mulheres o denunciem.
A família já passava por um momento difícil, já que os gêmeos
nasceram prematuros. Um acabou morrendo e foi enterrado neste domingo (10). O
outro ainda está na UTI neonatal.
A mãe disse que Bezerra chegou a passar na sala de cirurgia
após a cesárea e agiu normalmente, como se nada tivesse acontecido. O marido da
paciente não foi autorizado a acompanhar a cirurgia.
O anestesista foi preso depois que funcionários da unidade de
saúde o filmaram colocando o pênis na boca da paciente durante a cirurgia. O
caso foi revelado pela TV Globo e o conteúdo dos vídeos foi confirmado pela
reportagem.
Segundo a polícia, desconfiadas da postura do médico,
enfermeiras do hospital decidiram usar um aparelho de telefone celular para
registrar o que ele fazia durante as cirurgias.
O suspeito foi indiciado por estupro de vulnerável, crime que
tem pena de 8 a 15 anos de prisão. Em nota, o advogado Hugo Novais, que defende
o anestesista, disse que se manifestará sobre a acusação após ter acesso aos
depoimentos e outros elementos de prova apresentados na audiência de custódia.
Nas imagens, a paciente aparece deitada na maca,
inconsciente. Um lençol estendido sobre duas barras de ferro separa os demais
médicos, que fazem a cesariana, de Bezerra, que está em pé próximo à cabeça da
mulher.
Em determinado momento, ele retira o pênis de dentro da calça
e o coloca na boca da paciente, enquanto olha para os lados seguidas vezes. A
violência se estende por cerca de dez minutos. Ao fim, o anestesista limpa com
um lenço o rosto da vítima e o próprio pênis.