'Eu vi a morte', diz jovem marcado com o número 171 nas mãos em tortura com ferro quente

Rapaz nega suposta acusação de ex-patrão de que ele teria furtado R$ 30 de loja. Caso ocorreu na Bahia


"Estavam batendo com ódio, e eu só vi a morte", afirma William de Jesus Conceição, de 24 anos, um dos dois rapazes que acusam o dono e o gerente de uma loja de Salvador (BA) de tortura e de marcar nas mãos deles com ferro quente o número 171, em referência ao artigo do Código Penal que trata do crime de estelionato.

A violência teria ocorrido por parte dos responsáveis pelo comércio onde os jovens trabalhavam sob a alegação de que eles teriam cometido furtos de mercadorias e pego uma quantia de R$ 30 deixada de propósito em local que poderiam acessar. William nega ter praticado furto.

Ele relata que foi abordado primeiro pelo gerente e levado a um cômodo nos fundos do estabelecimento. O patrão chegou em seguida, e as agressões começaram. Os dois jovens foram atingidos com pauladas e receberam a marca 171 nas mãos, com ferro quente.

"Eu só chorava e tremia. Me ameaçaram de morte e falaram que iam me entregar para os caras do tráfico”, diz. “Estou muito indignado, eu não esperava isso deles”, conclui o jovem.

Ele e o outro rapaz agredido denunciaram o caso. O Ministério Público do Trabalho da Bahia abriu inquérito para apurar a denúncia de tortura, e os dois suspeitos de praticá-la deverão ser ouvidos nos próximos dias. A polícia também investiga o caso.

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