Delegada diz que a primeira informação é que as suspeitas são usuárias de drogas da região
A delegada Andréa Ribeiro, diretora do Departamento de
Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), disse que várias unidades da Polícia
Civil estão nas ruas nas buscas por duas suspeitas de tentar roubar e matar uma
estudante de 15 anos nesta terça-feira (2) no Campo Grande. A inteligência da
polícia analisa imagens e está colhendo informações para identificar as
suspeitas - até agora, só os apelidos delas são conhecidos, mas também não
foram divulgados. A delegada diz que a suspeita é que elas são usuárias de
drogas que ficam na região.
"A informação inicial é que essas pessoas seriam
indivíduos que circulam no local do fato e que possivelmente seriam usuárias de
drogas. Estamos buscando informações, no momento temos o vulgo delas, mas a
gente tem que trazer a informação completa", informou a delegada em
coletiva no início da tarde.
"Estamos diligenciando desde as primeiras horas do fato.
Departamento de Homicídios está na investigação preliminar do crime, muitas
equipes mobilizadas para que a gente possa dar essa resposta o quanto antes, de
identificar as autoras do crime e efetuar as prisões", acrescentou.
"Já trabalham na análise dessas imagens, onde a gente consegue visualizar
o momento da cena do crime".
Todas as informações coletadas serão confrontadas com
depoimentos e imagens, diz a delegada. A menina estava acompanhada da mãe e da
irmã, mas ainda não foram ouvidas. "Os familiares estão muito abalados. Já
mantivemos contato com um familiar da vítima e a gente se solidarizou com o
sentimento de dor, dissemos que todas nossas equipes estão mobilizadas e a
gente está tentando viabilizar o melhor momento de fazer a oitiva da
família", explicou a delegada.
A delegada diz que ouviu "muitas versões", mas não
é possível confirmar se houve reação à abordagem. "A informação que temos
é que nenhum pertence da vítima foi levado, nem o celular", diz. "A
princípio teria havido uma reação, mas estamos tentando aprofundar essa
apuração".
"Não temos essa informação de que essa arma seria do
Exército ou não", disse a delegada sobre a arma usada no crime.
O corpo de Cristal deve ser sepultado essa tarde no Cemitério
Campo Santo.
Imagens
Câmeras na região flagraram a abordagem. Uma primeira câmera mostra quando
Cristal passa com a mãe e a irmã, pouco antes das 7h, a caminho da escola. Mais
à frente, ela é abordada pelas duas suspeitas. Depois que Cristal é baleada, um
homem que estava passando perto, usando uma mochila, para para ver o que está
acontecendo e se aproxima para ajudar.
As imagens mostram as duas suspeitas atravessando a rua
correndo. Testemunhas dizem que elas seguiram em fuga para a direção do Largo
Dois de Julho.
Crime
A adolescente Cristal Rodrigues Pacheco, 15 anos, que seguia para a escola,
teve seu caminho diário interrompido na manhã desta terça-feira (2). Ela foi
morta durante uma tentativa de assalto, a pouco metros da sede do Comando Geral
da Polícia Militar.
Moradora do Corredor da Vitória e estudante do Colégio das
Mercês, a adolescente estava acompanhada da mãe e da irmã quando foi abordada.
Segundo informações iniciais, no meio da ação, uma das suspeitas, que carregava
uma pistola calibre 653, colocou a arma no peito da vítima e disparou contra
ela antes de fugir.
O crime aconteceu em frente ao Palácio da Aclamação,
próximo ao Campo Grande. Cristal não resistiu aos ferimentos e morreu antes
mesmo de ser atendida, ainda com o uniforme da escola. A mãe e a irmã de
Cristal não sofreram ferimentos e estão em casa.
Em nota, a Polícia Militar informou que foi acionada por
volta das 7h através do Cicom. Equipes do 18º BPM, unidade responsável pelo
policiamento da região, foram até o local e já encontraram a estudante baleada.
Os policiais acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de
Urgência (Samu), que constatou a morte da vítima. A área foi isolada até a
chegada do Departamento de Polícia Técnica (DPT) e da Polícia Civil, que
investigará o crime.
Médico e perito do DPT, Marcos Mousinho foi um dos
responsáveis por examinar o corpo da adolescente. Ele confirma que o disparo
realizado a pouca distância. "Não foi um disparo à queima-roupa, mas foi
muito próximo. A contusão no peito da vítima indica que o tiro ocorreu talvez a
40 ou 50 cm de distância. Um tiro direcionado para matar", afirma o
médico, informando que o DPT ainda fará a necrópsia do corpo.