Em entrevista ao g1, Marcos Mendonça contou detalhes de como foi abordado pelos militares. Governador Romeu Zema (Novo) comentou o caso, que é apurado pela Polícia Militar.
Marcos mostra ferimentos causados após ser agredido por policiais militares em Paineiras — Foto: Marcos Mendonça/Arquivo Pessoal |
“Me bateram até eu ficar desacordado, iam me matar”, desabafou
o fazendeiro Marcos Mendonça, de 23 anos, agredido por dois policiais militares
na noite de sexta-feira (12) em Paineiras, no Centro-Oeste de Minas. A namorada
de Marcos, Maísa Tavares, de 18 anos, também foi agredida. Nas redes sociais, o
governador Romeu Zema (Novo) comentou o caso, que é apurado pela Polícia
Militar (PM).
Um vídeo que mostra a agressão ao casal em praça pública circula pela internet (veja abaixo).
O que diz o jovem agredido
Marcos contou ao g1 que mora em Belo Horizonte, mas
estava de passagem em Paineiras, onde tem uma fazenda de criação de gado.
Na noite de sexta-feira, ele, a namorada e alguns amigos
estavam na praça central bebendo e se divertindo, quando, de repente, alguém
soltou uma bomba.
Marcos afirmou que
logo após o barulho, os policiais militares que estavam próximo ao local
alegaram que foi ele quem tinha soltado o artefato e, por isso, deram voz de
prisão.
“Não foi eu. E quando fui saber porque estavam me prendendo, eles já me jogaram por cima da minha namorada, me derrubaram e começaram a me dar muitos socos, inclusive, quando eu já estava imobilizado. Eles me machucaram demais, a ponto de me desmaiar. Estava desmaiado e apanhando, iam me matar. Minha namorada entrou pra tentar me ajudar e ainda deram um soco no rosto dela", relatou.
Policiais Militares agridem casal em praça pública em Paineiras — Foto: Redes Sociais |
Depois disso, Marcos lembra que se levantou, mesmo com
dificuldades, quando ele e a namorada foram levados para a viatura.
"Dentro da viatura eles me deram mais uns tapas e
fecharam a posta na minha perna. Depois, nós fomos para o hospital fazer corpo
de delito e em seguida, me levaram para Bom Despacho, na delegacia da Polícia
Civil. Eu fiquei algemado o tempo todo. Estava atrás da viatura, sangrado. Eu
poderia ter tido uma fratura e ter morrido lá atrás e nem iam perceber. Bateram
muito na minha cabeça", contou.
Na delegacia, Marcos afirmou que ficou algemado na cela até a
chegada do advogado, momento em que foi liberado pelos policiais.
"Deveriam estar protegendo a população. Agora estou com
dor em todo corpo e meu rosto está destruído. Como se não bastasse, minha namorada
também está com hematomas", finalizou.
Zema comenta fato
Nas redes sociais, o governador de Minas Gerais, Romeu
Zema (Novo), comentou o ocorrido, dizendo que tomou conhecimento de uma denúncia
de uma pessoa soltando bombas na praça de Paineiras.
"Confio na seriedade e prontidão da nossa PMMG, que está apurando os fatos e tomará as medidas necessárias para coibir atos de violência, seja quem for o agressor".
Governador Romeu Zema comentou o fato ocorrido em Paineiras nas redes sociais — Foto: Reprodução/Twitter |
Flagrante
Nas imagens que circulam na internet, é possível ver uma
discussão entre os dois policiais e Marcos. Depois, o rapaz é derrubado e
agredido.
Um dos militares imobiliza Marcos pelas pernas, enquanto o
outro golpeia o rosto dele com vários socos. Ele ainda tenta se proteger com as
mãos, mas a agressão continua.
Em determinado momento do vídeo, a namorada de Marcos tenta
ajudá-lo, mas também é agredida por um dos policiais com dois socos no rosto.
Em seguida, ela cai no chão.
Outras pessoas se aproximam da confusão e os policiais
algemam o homem, que aparentemente ficou desacordado.
O que diz a PM
Em nota, a PM informou que na noite de sexta-feira (12) foi
acionada diversas vezes por moradores com a denúncia de que havia um homem
soltando bombas em uma praça, próximo a crianças.
Conforme Boletim de Ocorrência registrado, ao ser abordado, o
homem resistiu e, por isso, houve necessidade da intervenção policial. A
nota não menciona a agressão à mulher que também aparece na imagem sendo
agredida.
A PM esclareceu ainda, que após conhecimento das imagens
enviadas à instituição, foi instaurado, de imediato, um procedimento para
apuração criteriosa dos fatos e adoção das medidas cabíveis.
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