Mãe, filha e uma cadelinha estavam na área comum do condomínio quando foram surpreendidas pelo cachorro
Contadora Acimi Muniz se machucou enquanto tentava defender filha de 2 anos e cachorra de ataque de pitbull (Fotos: acervo pessoal) |
O que era para ser só mais um passeio de fim de semana da
contadora Acimi Muniz, 38 anos, com sua filha, Liz Muniz, 2, e sua cadela Frida
no condomínio Villa Privilege, no bairro da Vila Laura em Salvador, se transformou em um
pesadelo no último sábado (6). Isso porque, por volta das 10h30 daquele dia,
quando Acimi desceu para caminhar com sua filha no colo e Frida na coleira,
acabou sendo atacada por um cão da raça Pitbull que invadiu o condomínio pelos
portões da frente.
O animal, que não pertence a nenhum morador do Villa
Privilege, estava do lado de fora quando a contadora chegou ao local, mas
entrou e a atacou em questão de segundos. "Foi tudo muito rápido. O
Pitbull invadiu o condomínio correndo pelo portão da frente, me olhou fixamente
e correu em minha direção para atacar. Minha cachorrinha pulou e ele pegou ela,
arrancou da coleira e saiu levando. Mesmo com a minha filha no colo, entrei em
luta corporal com ele e segurei ele no pescoço", relembra ela, ainda muito
abalada.
Ao saber pelo porteiro do condomínio da presença do Pitbull,
Acimi já ia voltar para seu apartamento para ficar em segurança, mas não
conseguiu fazer isso a tempo. "O segurança me avisou que havia um Pitbull
solto na rua e que não era para eu sair. Porém, os seguranças deixaram os
portões do condomínio aberto mesmo com a possibilidade do cachorro entrar. Por
isso, não deu tempo de escapar e pegou a gente", relata a contadora.
A situação só não foi pior porque um dos vizinhos de Acimi
apareceu e disparou contra o chão para assustar o Pitbull, que soltou a
cachorra e correu para a saída dos carros. O esposo dela, que também estava na
área comum com outros dois cachorros do casal, ajudou e pegou a cachorra para
esconder na guarita. Mesmo assim, o cão tentava atacá-la novamente e, só depois
de alguns minutos, ele fugiu do local.
Cadela passou por cirurgia
Após o susto, Acimi levou a cachorra imediatamente para a emergência de um
hospital veterinário. De acordo com ela, o animal teve muitos ferimentos e
precisou ser submetido a uma cirurgia. "Ela ficou bastante machucada, a
mordida do cachorro dilacerou a parte abdominal e os órgãos saíram do lugar.
Ficou muito mal, teve muitas perfurações, mas os órgãos não ficaram expostos.
Então, fizeram uma cirurgia de duas horas para que evitar algo pior com
ela", conta.
Apesar da cirurgia, a cachorrinha ainda não está totalmente
bem e vai se recuperando aos poucos do ataque que sofreu. "Foi uma
cirurgia grande, precisou colocar um dreno porque teve um edema muito grande.
Que a gente contou, foram 9 perfurações. Ela ainda está tomando medicamentos e
não consegue comer por si só. Estão alimentando ela com aquelas seringas",
explica Acimi.
Frida foi atacada pelo pitbull (Fotos: acervo pessoal) |
Não foi só Frida que se feriu. Apesar de Liz ter ficado bem,
Acimi, enquanto lutava com o cão para que ele não matasse sua cachorra, acabou
sofrendo muitos ferimentos, como ela mesmo relata. "Meus joelhos estão
totalmente esfolados, em carne viva. Machuquei o pé, a perna e não consegui
dormir de sábado para domingo de tanta dor. Agora mesmo, não consigo caminhar
direito porque me machuquei bastante", afirma ela, que chegou a ir para
emergência e também foi medicada.
Condomínio nega imagens
Depois dos cuidados médicos pelos quais precisou passar, a contadora foi até
uma delegacia para registrar o Boletim de Ocorrência (BO) do caso. No entanto,
recebeu a informação de que deveria identificar o cão e o dono para poder
oficializar o registro. Ao pedir as imagens das câmeras de segurança para a
identificação, Acimi recebeu uma negativa da direção do condomínio, que enviou
apenas uma foto do momento em que o cão passa em frente às câmeras.
Câmeras flagraram cachorro vagando no condomínio (Fotos: reprodução) |
"Quando pedi, disseram que não poderiam me ceder as
imagens e que isso só seria feito se eu acionasse o condomínio judicialmente.
Também reclamei dos portões, que continuam abertos mesmo depois do que ocorreu,
e o pessoal justifica que precisa ficar por ser um local de grande
circulação", diz a contadora. Procurado pela reportagem, o condomínio
ainda não se posicionou.
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