O TRE determinou que o vídeo seja apagado das redes sociais do Delegado Cavalcante, e que ele não republique o material.
O candidato a deputado federal, Delegado Cavalcante (PL),
pode ser punido com multa diária de R$ 10 mil se publicar o vídeo onde fala em
ganhar eleição ‘na bala’, caso o resultado do pleito presidencial não ocorra
como ele espera — ou seja, reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL). A
decisão foi homologada neste domingo (11), segundo o Tribunal Região Eleitoral
do Ceará (TRE-CE).
A decisão, inclusive, aumenta o valor da multa, que
anteriormente era de R$ 2 mil. A determinação parte do Juizado Auxiliar da
Propaganda Eleitoral, assinada pelo juiz Edilberto Oliveira, que determinou a
retirada de vídeos das mídias sociais do candidato Francisco de Assis
Cavalcante Nogueira.
“Se Francisco Cavalcante mantiver em suas mídias digitais a
referência e o link do vídeo do discurso ou ainda o replicar por qualquer outro
meio, incorrerá em multa diária de R$ 10.000,00”, disse o TRE-CE.
Por sugestão do juiz Raimundo Deusdeth Rodrigues Júnior, o
valor foi acrescido em decisão por maioria.
"Para deixar bem claro que esse Tribunal não vai tolerar
práticas como essas", justificou o juiz Deusdeth.
Declaração antidemocrática
Candidato bolsonarista diz que se não ganhar eleição na urna, 'vai ganhar na bala' — Foto: Instagram/Reprodução |
A decisão do juiz Edilberto Oliveira considera que "o
teor das declarações do Representado extrapolou os limites do debate eleitoral,
na medida em que criou no imaginário do eleitorado a possibilidade - ilegítima
- de eventual recurso à violência em caso de resultado diverso de sua
pretensão".
Para o juiz George Marmelstein, o caso "envolve não só
efetivamente a discussão teórica sobre limites da propaganda eleitoral e da
liberdade de expressão, mas até mesmo uma questão de proteção institucional da
democracia contra os ataques que têm sido cada vez mais frequentes e cada vez
mais violentos".
"O candidato incita de modo direto o uso de armas para
questionar eventuais resultados que não lhe sejam favoráveis (...) nós sabemos
que esse discurso é recebido por uma camada da população como um estímulo e um
chamamento à ação, e, por isso, precisamos realmente ser extremamente enfáticos
em relação a esse tipo de discurso", complementou o juiz.
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