Emocionados, alunos e familiares se despedem de jovem morta em escola de Barreiras

Geane completaria 20 anos em outubro

Alunos da rede municipal de Barreiras e familiares da estudante Geane da Silva de Brito, 19 anos, se reuniram na manhã desta terça-feira (27) no povoado Ilha da Liberdade, zona rural do município, para se despedir da jovem. Geane foi vítima fatal de um ataque efetuado por jovem, de 14 anos, armado ao invadir a escola Escola Municipal Eurides Sant'anna.

A rede municipal liberou estudantes para participarem do enterro, enquanto que a escola onde aconteceu o episódio suspendeu as aulas até a próxima segunda-feira (2). O clima foi de emoção e comoção.

Geane tinha paralisia cerebral e era cadeirante, a jovem iria completar 20 anos em 15 de outubro e já planejava a comemoração com familiares. Os pais de Geane a descreveram como querida e dedicada.

"Uma boa menina, ela é especial. No mês de fevereiro, ela fez quatro operações. No próximo ano, ia fazer mais outras e aconteceu um caso desse, triste para um pai de família", lamentou o pai da vítima, José Ferreira, pai da vítima, em entrevista concedida à TV Bahia poucas horas após o atentado.

Geane fazia tratamento em um hospital da Rede Sarah, em Brasília, que fica a cerca de 500 quilômetros de Barreiras. Foto: reprodução

Uma mulher que foi cuidadora de Geane por 10 meses ressalta a doçura da jovem. "Mesmo quando eu saí [deixou de trabalhar com a vítima] nossa amizade continuou e até cresceu. Ela sempre me ligava, dizia que estava com saudade e estava sempre em contato comigo", diz a cuidadora de alunos com necessidades especiais. 

Por conta da paralisia cerebral que Geane tinha, a cuidadora a ajudava a se alimentar, ir ao banheiro e a se locomover no ambiente escolar. Ela conta ainda que Geane se dava muito bem com todos, por conta do seu jeito cativante e alegre. "Ela era uma menina maravilhosa e amava ir para a escola. Tinha um sorriso largo que cativava todo mundo. Para Geane, não existia dificuldade nenhuma", afirma. 

O delegado Rivaldo Luz, que investiga o caso detalhou que a vítima estava perto da entrada quando o atirador chegou. "Eu acredito que a cadeirante estava no lugar errado, na hora errada. Quando ele começou a atirar, as pessoas começaram a correr. Infelizmente, ela foi uma presa fácil para o assassino", avaliou o delegado, em entrevista à TV Bahia. 

O agressor era recém-chegado do Distrito Federal (DF) e não mantinha frequência escolar desde a transferência para a Bahia. Ele foi até a direção de Geane, que estava perto da cantina, e atirou duas vezes contra ela. Depois, partiu para cima da aluna com as facas. Geane morreu ainda no local. Assessor especial da Secretaria Municipal de Educação, Aparecido Freitas diz que o invasor chegou a realizar outros disparos, porém, não chegou a atingir outros estudantes. 

Ao tentar fugir, o agressor foi baleado por uma pessoa não identificada, segundo a Polícia Militar. Ele foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e está sob custódia policial em uma unidade de saúde.

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