Bolsonarista Marcello Fernandes foi executado dentro de carro
no final de julho
O presidente da Câmara de Vereadores de Ibotirama, Jean
Charles Alexandre (PSB), e um policial militar foram presos nesta
quinta-feira (8) suspeitos de participar da morte de Marcello Leite
Fernandes, de 39 anos, executado a tiros dentro do próprio carro na cidade
do oeste baiano, em julho desse ano. Um terceiro envolvido conseguiu fugir, e
segue sendo procurado. A polícia também cumpre mandados de busca e apreensão em
relação ao caso.
Jean Charles, que tem 44 anos, foi o vereador mais votado da
cidade em 2020. Ainda não há informação sobre se o político será afastado do
cargo. Em 2018, Jean Charles foi preso em flagrante por porte ilegal de arma de
fogo - estava com uma arma ponto 40 de uso restrito da polícia no carro. Na
época, o vereador justificou a posse do armamento em virtude das ameaças que
vinha sofrendo por causa da proximidade do júri dos asssassinos do seu
irmão.
"Durante esses 40 dias de investigação, conseguimos
reunir elementos que fundamentaram pedidos de prisões e buscas. Levantamos as
informações e identificamos desavenças entre os acusados e a vítima como
possível motivação para o crime. As oitivas com os custodiados e a perícia nos
materiais apreendidos serão fundamentais para a elucidação do caso",
explicou o diretor adjunto do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa
(DHPP), delegado Oscar Vieira.
A motivação para as rixas que levaram ao crime não foi
divulgada pela polícia até agora. Na época, bolsonarisas disseram que Marcello
estava com uma camisa de presidente e que haveria teor político no homicídio
(veja mais abaixo).
Foram apreendidos com os suspeitos três pistolas,
celulares, documentos e computadores, além de peças de motocicletas. Todo o
material será encaminhado para a sede do DHPP, em Salvador, e depois seguirá
para o Departamento de Polícia Técnica.
Participam da megaoperação intitulada “Petúnia” o DHPP,
policiais da Coordenação de Operações Especiais (COE), do Departamento de
Inteligência da Polícia Civil (DIP) e do Departamento de Polícia do Interior
(Depin), além da Superintendência de Inteligência da Secretaria da Segurança
Pública (SI/SSP), do Departamento de Polícia Técnica (DPT), do Ministério
Público (MPBA), da Corregedoria da Polícia Militar e do Grupamento Aéreo
(Graer) da PM.
Crime
Câmeras de segurança registraram o momento do crime. O caso está sendo
investigado pela Delegacia Territorial de Ibotirama, que está ouviu
testemunhas.
Segundo testemunhas, ele usava uma camisa com uma estampa do
presidente Jair Bolsonaro. O caso gerou repercussão entre os apoiadores do
presidente. A pré-candidata a deputada federal pelo Republicanos, a deputada
estadual Talita Oliveira apresentou, nesta terça-feira (26), uma Moção de Pesar
na Assembleia Legislativa da Bahia pelo assassinato do bolsonarista.
“Dia triste para Ibotirama. Marcello não tinha nenhum tipo de
envolvimento com práticas criminais, sendo assim, não existem outros motivos
aparentes para uma execução em praça pública a não ser divergência política”,
continua Talita.
O pré-candidato a deputado federal André Porciuncula postou
um vídeo sobre o crime e cobrou uma posição do governo.
Momento em que o bolsonarista Marcelo é executado na Bahia. Dois caras numa moto param ao lado e atiram nele. Segundo levantei, ele estava sofrendo ameaça por causa de sua defesa ao presidente. O caso está sendo abafado pela mídia e o governador petista não tocou no assunto. pic.twitter.com/pKGywbmqeq
— André Porciuncula 2️⃣2️⃣2️⃣3️⃣ (@andreporci) July 24, 2022
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