Sandro Caron era responsável pela diretoria de inteligência
durante a operação que levou o presidente eleito à prisão em 2018.
A atuação de aliados do presidente eleito Lula (PT) a favor
do delegado Sandro Caron para dirigir a Polícia Federal levantou discussão
interna e polêmica no grupo de transição. Isso porque Caron foi responsável
pela Diretoria de Inteligência Policial (DIP) da Polícia Federal durante a Lava
Jato, operação que levou à prisão Lula em 2018.
Caron atuou junto com o então diretor-geral da PF, Leandro
Daiello, durante as fases de maior repercussão da operação, quando o ex-juiz
Sergio Moro gozava de prestígio inclusive perante a corporação – depois foi
considerado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) parcial no julgamento de Lula e
teve mensagens com procuradores da operação divulgadas pela Vaza Jato.
Nos últimos dias, no entanto, segundo o blog apurou, Caron passou a ser citado como um dos nomes cotados para a vaga. Outro nome cotado é o de Andrei Passos, que foi chefe de segurança da campanha de Lula.
Dentro da PF, delegados ouvidos pelo blog confirmam
que passou a circular como cotado o nome de Caron, que tem a simpatia do
ex-governador do Ceará Camilo Santana (PT) – de quem foi secretário de
Segurança Pública e Defesa Social –, que é próximo de Lula e cotado para um
ministério. Advogados próximos a Daiello também trabalham por ele.
Na transição, no entanto, o nome é visto com resistência uma
vez que seria pouco provável que Caron não soubesse dos métodos da operação que
sempre foram questionados pela defesa de Lula e pelo PT em geral.
Caron já foi superintendente da PF no Ceará e no Rio Grande
do Sul.
Sandro Caron, em imagem sem data; policial é cotado para a direção-geral da Polícia Federal no novo governo Lula — Foto: Divulgação/Governo do Ceará
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