Com uma série de medidas, você pode economizar até 30% na
conta de energia da sua casa.
O aumento dos preços da energia elétrica em diversos países
tem feito cada vez mais pessoas se perguntarem o que fazer para reduzir os
gastos e conseguir pagar as contas no final do mês.
Existem coisas básicas como desligar a luz toda vez que você
sai de um cômodo. Mas pouca gente pensa em onde colocar a geladeira ou qual o
eletrodoméstico que mais consome energia em toda a residência.
Confira os principais pontos para economizar energia em casa.
Ar condicionado e chuveiro elétrico: vilões do consumo brasileiro
Nos países de clima frio, o consumo de energia é maior no
inverno, devido à necessidade de aquecimento das casas.
Já no Brasil, o maior consumo de energia acontece no verão. E
o motivo é um só: o ar condicionado, usado durante a temporada de calor pelas
famílias.
Segundo a Enetec Consultoria em Engenharia Elétrica da UnB
(Universidade de Brasília), como existem diversos tipos de ar-condicionado no
mercado, o consumo mensal de energia do aparelho pode variar de 129 a 679 kWh
(quilowatt-hora).
Um ar-condicionado tipo split de 12.000 BTUs de potência — um
dos modelos mais comuns nas casas —, que fica ligado 8 horas por dia, durante
os 30 dias de um mês, representa um consumo mensal médio de energia de 194 kWh,
calcula a consultoria.
Para se ter uma ideia, isso é mais de duas vezes o consumo
médio de um chuveiro elétrico ligado 30 minutos por dia — e o chuveiro é o
segundo equipamento doméstico que mais pesa na conta de luz.
A empresa especializada em refrigeração Dufrio e a fabricante
de aparelhos de ar-condicionado Consul dão dicas em seus sites de como
economizar com o ar condicionado:
- 23ºC
é o ideal: Mantenha o termostato de seu aparelho sempre regulado. A
temperatura indicada para a maioria dos ambientes fica na casa dos 23ºC.
- Portas,
janelas e cortinas fechadas: Deixe portas e janelas fechadas para manter o
ar gelado no espaço e evite que o sol bata no ambiente a ser refrigerado.
- Aparelho
no alto: Os modelos, em sua maioria, devem ser instalados no alto do
cômodo, pois assim podem resfriar o ambiente de maneira uniforme, sem
consumir energia desnecessariamente.
- Potência
certa: Compre aparelhos com potência ideal para o tamanho do espaço, assim
você evita gasto de energia e de dinheiro à toa.
- Seja
amigo da função sleep: Nada de dormir com o aparelho ligado a noite toda.
Com a função sleep, o aparelho é programado para desligar depois de
funcionar um tempo suficiente para resfriar o ambiente.
- Para
uso prolongado, modelo inverter: Avalie a quantidade de tempo que o
aparelho ficará ligado. Se precisar usar o ar-condicionado durante quase o
dia todo, um modelo inverter pode ser o mais indicado. Isso porque esse modelo
tem um consumo mais baixo, por manter seu compressor ligado
constantemente, sem permitir oscilação de temperatura.
- Parte
externa na sombra: A parte externa do aparelho de ar-condicionado deve
sempre estar protegida do contato direto com o sol.
- Aparelho sempre limpo: Mantenha os filtros de seu aparelho sempre limpos. Isso reduz o consumo de energia, aumenta a vida útil do aparelho, diminui ruídos e evita a proliferação de microrganismos.
Para o chuveiro elétrico, as dicas para economizar energia
segundo a distribuidora de energia Enel e especialistas são as seguintes:
- Coloque
o chuveiro no modo verão
- Reduza
o tempo de banho
- Feche
o chuveiro para procedimentos mais demorados como fazer a barba, raspar as
pernas com gilete ou hidratar os cabelos com máscara capilar
- Nunca
reutilize uma resistência queimada. Além de aumentar o consumo, isso
coloca em risco sua segurança
- Mantenha as saídas de água do chuveiro limpas
Uso eficiente dos eletrodomésticos
Depois do ar condicionado e do chuveiro, é hora de olhar para
os outros eletrodomésticos.
"É muito importante comprar eletrodomésticos com alto
nível de eficiência energética", afirma Enrique García, da Organização de
Consumidores e Usuários da Espanha, à BBC Mundo (serviços em espanhol da BBC).
No Brasil, a recomendação é dar preferência aos eletrodomésticos
classificados como classe A pelo selo Procel do Inmetro (Instituto Nacional de
Metrologia, Qualidade e Tecnologia). E fazer o melhor uso de cada um dos
equipamentos é fundamental para economizar eletricidade em casa.
"Em termos de gasto de energia, um eletrodoméstico que
consome muita energia é o refrigerador, porque ele fica 24 horas ligado na
tomada. É um dos eletrodomésticos no qual temos que focar mais na eficiência
energética", recomenda García.
Para que o refrigerador funcione de maneira ideal, é
importante seguir estas recomendações:
- Evite
acúmulo de gelo.
- Mantenha
a parte traseira ventilada e sem poeira, deixando um espaço entre a
geladeira e a parede para que o ar possa circular.
- Instale
a geladeira longe de fontes de calor, como o forno, e certifique-se de que
não esteja exposto à luz solar direta.
- Evite
guardar alimentos quentes que aumentem a temperatura no interior do
equipamento.
- Guarde
os alimentos com espaço suficiente entre eles para que o ar circule,
facilitando o resfriamento.
- Por
fim, algo que pode parecer bobo, mas não é: abra a geladeira o mínimo
possível para evitar a perda de frio para o ambiente.
Na máquina de lavar, a recomendação é optar sempre que
possível pelos ciclos de lavagem mais curtos ou pelo modo econômico da máquina,
que diminui o consumo de energia e água.
Acumular peças usadas no cesto de roupa, deixar as peças mais
sujas de molho no balde ou tanque antes da lavagem e usar a quantidade
recomendada pelos fabricantes de sabão e amaciante também são boas dicas para
usar a máquina de lavar menos vezes.
A secadora, por sua vez, é um aparelho que consome muita
energia. Embora ela facilite a vida de quem mora em apartamentos pequenos ou
imóveis sem quintal ou área de serviço, seu uso deve ser evitado sempre que
possível.
Quanto à máquina de lavar louça, que consome muita energia e
é usada com um pouco mais de frequência por quem tem o aparelho, uma
recomendação é reduzir o número de lavagens aproveitando toda a capacidade da
lavadora e posicionando a louça de forma adequada para otimizar o espaço
disponível.
"Com isso você pode cortar as lavagens pela
metade", diz García.
Recomenda-se desligar as placas elétricas do fogão por
indução ou o forno elétrico ou a gás um pouco antes do tempo necessário para
cozinhar.
"Aproveitar o calor residual desligando um pouco antes
do tempo de uso e usar esse calor residual para terminar de cozinhar o alimento
também ajuda a economizar. Se você tem um alimento que precisa de uma hora no
forno e desliga dez minutos antes, consome 15% menos energia", explica o
especialista.
Use panelas e frigideiras com o diâmetro certo para cada boca
do fogão para evitar que o calor seja desperdiçado. Outro truque é tampar as
panelas para aproveitar melhor o calor.
Evite o 'consumo fantasma'
Você é daqueles que desliga a televisão com o controle
remoto? A luz vermelha brilhante te entrega.
Pouco a pouco, dia a dia, minuto a minuto, eletricidade está
sendo desperdiçada.
Um simples gesto como desconectar o eletrodoméstico da tomada
ou conectar o cabo a um filtro de linha com um botão liga/desliga pode levar a
uma economia considerável de energia elétrica no final do ano.
O mesmo acontece com computadores, impressoras, carregadores
de celular, aparelhos de som, micro-ondas e roteadores, entre muitos outros
dispositivos permanentemente conectados à rede elétrica de nossas casas. E o
que se chama de "falso desligamento".
Então, quando parar de usar um aparelho, desligue-o
completamente, não deixe em modo de espera, pois, embora menos, ele continua
consumindo.
Também deve-se ter em mente que quanto mais antiga a
televisão, mais ela consome.
"[Desligar os aparelhos completamente] representa uma
economia significativa. Estimamos que o consumo fantasma pode variar entre 7% e
10% do consumo anual de uma residência", afirma García.
Troque as lâmpadas
As lâmpadas tradicionais consomem uma quantidade excessiva de
eletricidade, por isso precisam ser substituídas por outras mais eficientes.
Lâmpadas halógenas, fluorescentes compactas (CFLs) e luzes
LED usam 25% a 80% menos eletricidade e duram de 3 a 25 vezes mais do que as
lâmpadas incandescente tradicionais — cuja venda está proibida no Brasil desde
2016.
Embora as lâmpadas mais modernas sejam mais caras, elas geram
economia a longo prazo.
A grande questão é: quanto se pode economizar?
Neste ponto, você pode estar se perguntando quanto pode
economizar seguindo estas recomendações.
"Estimamos que com eficiência energética, ou seja,
somando todas essas medidas, seja possível economizar até 30% da conta",
diz o especialista.
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