Vai voltar em 2023? Relembre como funciona o horário de verão

Medida entrava em vigor anualmente no Brasil até 2019.

 


Quem lembra das propagandas para que o brasileiro ajustasse os relógios para o início do horário de verão? A mudança nos ponteiros na estação mais quente do ano foi abolida há três anos, então veja detalhes de como funciona a medida - que é adotada em várias partes do mundo. Além disso, deixe-nos saber o que você pensa!

Como funciona o horário de verão?

O horário de verão consiste em adiantar os relógios em uma hora nos meses em que a incidência de Sol na Terra é maior em determinado local. Esse momento, chamado de solstício de verão, acontece durante a estação mais quente.

A ideia é aproveitar ao máximo a luz solar, estendendo o número de horas em que o dia estará claro, sem precisar recorrer a equipamentos elétricos, como lâmpadas e abajures. O objetivo da mudança de relógio é economizar energia.

Não se sabe ao certo quando a medida foi inventada ou aplicada pela primeira vez. Contudo, vários países utilizam o horário de verão, como Estados Unidos, França, Espanha e Austrália.

Locais próximos à linha do Equador, como o próprio Equador, não adotam a mudança. Isso porque, nesses lugares a incidência do Sol é, praticamente, a mesma o ano todo, então, não faria diferença adiantar os relógios em qualquer estação.

Como funciona o horário de verão?

No Brasil, o horário de verão foi implementado pela primeira vez em 1932, durante o governo de Getúlio Vargas. Contudo, a medida não ficou decretada e, no decorrer dos anos, era instituída em algumas épocas e em outras não. Foi em 2008 que o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinou a padronização do horário.

O petista assinou o decreto Nº 6.558, que determina que à meia-noite do terceiro domingo de outubro, os relógios deveriam ser adiantados em uma hora. A mudança deveria durar até a terceira semana de fevereiro do ano seguinte. Caso a data de término coincidisse com o carnaval, mantinha-se o horário de verão até o próximo domingo.

No Brasil, as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste adotaram o horário até o ano de 2019. Já o Norte e Nordeste foram isentos da mudança, já que recebem incidência de sol parecida durante o ano todo.

O horário de verão perdurou até 2019, quando o governo Bolsonaro (PL) decretou seu fim. O presidente alegou à época que a medida não estava trazendo benefícios para a economia de energia, além de dizer que a maior parte da população seria contrária à mudança dos relógios.

Em 2022, Bolsonaro afirmou que não retornaria com o horário de verão no Brasil. “Este é o nosso terceiro ano sem o horário de verão. Ele veio para ficar. Horário de verão nunca mais. É bom para todo mundo.

A sociedade já se adaptou a esse fim do horário de verão que mexia e atrapalhava a vida da maioria da população brasileira. É uma ação simples, um decreto nosso. Mas de grande repercussão até para a produtividade do trabalhador brasileiro”, afirmou o presidente em entrevista à CNN em setembro.

Horário vai voltar em 2023?

Embora o atual presidente seja contra a medida, como Bolsonaro perdeu a eleição, em 2023 ele não terá poder de fazer tal determinação. Pouco tempo após a vitória de Lula, a discussão sobre o horário de verão veio à tona.

No começo de novembro, o ator Bruno Gagliasso fez uma publicação em seu Twitter pedindo a volta da medida. O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), respondeu à postagem com dois emojis de um lápis e um caderno, que significa algo como “anotado”.

 Aproveito o momento para pedir ao nosso vice-presidente eleito @geraldoalckmin que inclua a volta do Horário de Verão no plano de transição. Horário de Verão é o Brasil feliz de novo!

— Bruno Gagliasso (@brunogagliasso) November 3, 2022

Dias depois, Lula publicou uma enquete na mesma rede social questionando a população se era de seu desejo o retorno do horário de verão. 66.2% dos votos foram favoráveis e 33.8% contrários.

 Governo que consulta a população. O que vocês acham da volta do horário de verão?

— Lula (@LulaOficial) November 7, 2022

No entanto, cabe ao governo federal decidir pela mudança dos relógios ou não a partir do ano que vem. Para isso, órgãos estatais, como o Ministério de Minas e Energia (MME), produzem estudos para concluir se o horário de verão é benéfico para a população.

As opiniões sobre o assunto variam. Um relatório da Operadora Nacional do Sistema Elétrico (ONS), feito a pedido do MME divulgado pelo jornal O Globo em outubro, afirmou que o horário de verão não traz benefícios ao país, em termos de economia de energia. A ONS também alega que a decisão final cabe ao governo federal. Portanto, é necessário esperar a determinação da equipe eleita para 2023.

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