Medida entrava em vigor anualmente no Brasil até 2019.
Quem lembra das propagandas para que o brasileiro ajustasse
os relógios para o início do horário de verão? A mudança nos ponteiros na estação
mais quente do ano foi abolida há três anos, então veja detalhes de como
funciona a medida - que é adotada em várias partes do mundo. Além disso,
deixe-nos saber o que você pensa!
Como funciona o horário de verão?
O horário de verão consiste em adiantar os relógios em uma
hora nos meses em que a incidência de Sol na Terra é maior em determinado
local. Esse momento, chamado de solstício de verão, acontece durante a estação
mais quente.
A ideia é aproveitar ao máximo a luz solar, estendendo o
número de horas em que o dia estará claro, sem precisar recorrer a equipamentos
elétricos, como lâmpadas e abajures. O objetivo da mudança de relógio é
economizar energia.
Não se sabe ao certo quando a medida foi inventada ou
aplicada pela primeira vez. Contudo, vários países utilizam o horário de verão,
como Estados Unidos, França, Espanha e Austrália.
Locais próximos à linha do Equador, como o próprio Equador,
não adotam a mudança. Isso porque, nesses lugares a incidência do Sol é,
praticamente, a mesma o ano todo, então, não faria diferença adiantar os
relógios em qualquer estação.
Como funciona o horário de verão?
No Brasil, o horário de verão foi implementado pela primeira
vez em 1932, durante o governo de Getúlio Vargas. Contudo, a medida não ficou
decretada e, no decorrer dos anos, era instituída em algumas épocas e em outras
não. Foi em 2008 que o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
determinou a padronização do horário.
O petista assinou o decreto Nº 6.558, que determina que à
meia-noite do terceiro domingo de outubro, os relógios deveriam ser adiantados
em uma hora. A mudança deveria durar até a terceira semana de fevereiro do ano
seguinte. Caso a data de término coincidisse com o carnaval, mantinha-se o
horário de verão até o próximo domingo.
No Brasil, as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste adotaram o
horário até o ano de 2019. Já o Norte e Nordeste foram isentos da mudança, já que
recebem incidência de sol parecida durante o ano todo.
O horário de verão perdurou até 2019, quando o governo
Bolsonaro (PL) decretou seu fim. O presidente alegou à época que a medida não
estava trazendo benefícios para a economia de energia, além de dizer que a
maior parte da população seria contrária à mudança dos relógios.
Em 2022, Bolsonaro afirmou que não retornaria com o horário
de verão no Brasil. “Este é o nosso terceiro ano sem o horário de verão. Ele
veio para ficar. Horário de verão nunca mais. É bom para todo mundo.
A sociedade já se adaptou a esse fim do horário de verão que
mexia e atrapalhava a vida da maioria da população brasileira. É uma ação
simples, um decreto nosso. Mas de grande repercussão até para a produtividade
do trabalhador brasileiro”, afirmou o presidente em entrevista à CNN em
setembro.
Horário vai voltar em 2023?
Embora o atual presidente seja contra a medida, como
Bolsonaro perdeu a eleição, em 2023 ele não terá poder de fazer tal
determinação. Pouco tempo após a vitória de Lula, a discussão sobre o horário
de verão veio à tona.
No começo de novembro, o ator Bruno Gagliasso fez uma
publicação em seu Twitter pedindo a volta da medida. O vice-presidente eleito,
Geraldo Alckmin (PSB), respondeu à postagem com dois emojis de um lápis e um
caderno, que significa algo como “anotado”.
— Bruno Gagliasso
(@brunogagliasso) November 3, 2022
Dias depois, Lula publicou uma enquete na mesma rede social
questionando a população se era de seu desejo o retorno do horário de verão.
66.2% dos votos foram favoráveis e 33.8% contrários.
— Lula (@LulaOficial) November 7, 2022
No entanto, cabe ao governo federal decidir pela mudança dos
relógios ou não a partir do ano que vem. Para isso, órgãos estatais, como o
Ministério de Minas e Energia (MME), produzem estudos para concluir se o
horário de verão é benéfico para a população.
As opiniões sobre o assunto variam. Um relatório da Operadora
Nacional do Sistema Elétrico (ONS), feito a pedido do MME divulgado pelo jornal
O Globo em outubro, afirmou que o horário de verão não traz benefícios ao país,
em termos de economia de energia. A ONS também alega que a decisão final cabe
ao governo federal. Portanto, é necessário esperar a determinação da equipe
eleita para 2023.
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