Benefício foi criado para ser temporário.
O programa Auxílio Caminhoneiro é um benefício com o objetivo
de fornecer uma compensação financeira aos caminhoneiros. Isto é, em razão da
forte alta no preço dos combustíveis no país.
Desse modo, o benefício busca minimizar os impactos da
inflação nos últimos meses e, por esse motivo, já nasceu com caráter
temporário. Assim, a finalidade do governo federal seria de auxiliar estes
profissionais enquanto os preços nãos se regularizassem.
No entanto, é importante lembrar que a gestão mudará em 2023,
a partir da eleição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Portanto,
alguns profissionais do setor esperam que o programa continue no novo
governo.
Como funciona o Auxílio Caminhoneiro?
Para os profissionais autônomos do setor, o pagamento do
Auxílio Caminhoneiro começou em agosto deste ano. Dessa maneira, seu objetivo é
de ajudar os trabalhadores que sofriam os impactos da alta dos
combustíveis.
O benefício foi implementado pela atual gestão e, de acordo
com alguns críticos, havia certo intuito eleitoreiro. Isto é, já que Bolsonaro
poderia contar com o impacto eleitoral de um pacote de ações, a partir da
aprovação de uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) no Congresso Nacional.
Contudo, mesmo com essa movimentação, Bolsonaro não se reelegeu.
Desde o início de sua campanha eleitoral, Lula não comentou
se iria efetuar a manutenção do pagamento da cota em 2023.
Nesse sentido, o próximo presidente do Brasil deixou claro
durante o período eleitoral que irá priorizar o pagamento dos R$ 600 do Bolsa
Família, que substituirá o Auxílio Brasil. Além disso, a nova gestão criará uma
parcela de R$ 150 a famílias que possuem filhos de 0 a 6 anos de idade.
Assim, é importante lembrar que a PEC do Auxílio Caminhoneiro
tem validade até este mês de dezembro. Com isso, para que o programa continue
em 2023 será necessário que a próxima gestão crie novas ações. Caso contrário,
os pagamentos terminarão neste mês, conforma já indicava a regulamentação que
os criaram.
Quais são as prioridades do governo Lula?
Lula já comentou que sua gestão tem a intenção de manter o
pagamento dos R$ 600 do Bolsa Família e a criação de uma parcela extra de R$
150 a unidades familiares que possuem crianças de 0 a 6 anos.
No entanto, o governo também conta com outras propostas que
estão na chamada PEC de Transição. Assim, estas regras deverão passar por
análise do Congresso Nacional nos próximos dias.
Algumas das propostas do plano de governo da gestão são:
- Aumento
real do salário mínimo
- Retirada
do programa Bolsa Família da regra de teto de gastos por quatro anos
- Repasse
de recursos para o programa Farmácia Popular e merenda escolar
Isto é, sem menção ao Auxílio Caminhoneiro, ao menos até o
momento.
É importante salientar que estas medidas ainda passam por
negociações. Contudo, o governo se mostra otimista sobre a aprovação de suas
propostas ainda este ano pelo Congresso Nacional. O texto passará por dois
turnos na Câmara dos Deputados e também no Senado Federal.
O próximo governo de Lula se inicia a partir do dia 1º de
janeiro. Assim, a expectativa do presidente é de que as ações da PEC da
Transição se iniciem durante o seu primeiro mês de governo.
TCU encontra irregularidades no Auxílio Caminhoneiro
Recentemente, o TCU (Tribunal de Contas da União) iniciou uma
investigação sobre pagamentos irregulares no Auxílio Caminhoneiro e benefício
para taxistas.
De acordo com o Tribunal, portanto, na última quarta-feira,
dia 30 de novembro, houve análise sobre o caso.
Assim, o Ministério do Trabalho e Previdência terá o prazo de
15 dias a fim de revisar todos os pagamentos do programa. Isto é, aqueles que
contam com indícios de irregularidade para os profissionais do benefício.
Segundo o TCU, o prejuízo destes pagamentos indevidos pode
chegar a um total de R$ 3,7 milhões até a segunda parcela. Dentre estes, R$ 2,8
milhões são para os taxistas e R$ 880 mil são do Auxílio Caminhoneiro.
No entanto, contando todas as parcelas dos programas, é
possível que o dano aos cofres públicos seja de um total de R$ 11,3 milhões.
O Auxílio Taxista, entre 12 e 25 de agosto, realizou
depósitos para 277.080 beneficiários. Assim, dentre eles, 6,3%, ou seja, 17.401
participantes têm indícios de pagamento irregular ou problemas na focalização.
Dessa forma, caso a investigação confirme que, de fato, houve
o pagamento indevido, o governo poderá reaver R$ 104,4 milhões.
Já no caso do Auxílio Caminhoneiro, entre 05 de agosto de 02
de setembro, o programa chegou a 330.741 beneficiários. Dentre esse total, 2,8%
podem ser de pagamentos irregulares, ou seja, 9.321 cidadãos.
No caso de devolução destas quantias, seria possível reaver
R$ 54,8 milhões.
Desse modo, as devoluções, caso as irregularidades se
confirmem, poderão ser em torno de R$ 150 milhões.
Programas têm problemas de inelegibilidade
Além dos pagamentos irregulares no Auxílio Caminhoneiro e
Taxista, o TCU também falou sobre questões de inelegibilidade e transparência
das contas. De acordo com o Tribunal, portanto, estes foram outros pontos em
que o governo apresentou problemas.
Assim, segundo o órgão, foi possível identificar, por
exemplo:
- Problema
de titularidade do CPF do beneficiário.
- CPF
em situação de cancelamento, nulidade, suspensão ou que pertencia a um
titular falecido.
- Beneficiários
que também eram titulares de benefício por incapacidade permanente para o
trabalho.
- Beneficiário
falecido.
- Residência
fora do Brasil.
Dessa forma, estas questões, dentre outras, acabam por
desclassificar os beneficiários que receberam os benefícios.
Nesse sentido, o ministro Bruno Dantas indica que já era
possível presumir que encontraria esses tipos de irregularidade, quando sugeriu
o acompanhamento dos depósitos. Isto é, visto que os programas apresentaram
dificuldades ao delimitar e impor critérios de participação.
“No começo não havia qualquer critério, bastava uma
autodeclaração para receber os recursos, e ainda assim, com critérios
estabelecidos, foram identificados diversos pagamentos irregulares”, declarou o
ministro.
Por esse motivo, Bruno Dantas defende que estas
irregularidades são graves e, portanto, precisam ser sanadas.
“A verdade que o relatório endereça problemas muito sérios
que tinham potencial de se concretizar e a expectativa de benefício para a
sociedade em razão dessa única fiscalização é da ordem de R$ 3 bilhões”,
declarou.
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