Novo programa envolveria o pagamento de um benefício mensal a
crianças e adolescentes de famílias de baixa renda.
A equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula
da Silva (PT) estuda a criação de um novo benefício no próximo
ano. Os repasses seriam destinados a crianças e adolescentes de baixa
renda órfãos da Covid-19.
O grupo de trabalho responsável pela área de direitos humanos
apresentou ao gabinete do petista um relatório que será usado como base para a
implementação dessa e de outras propostas do governo eleito. Obtido pelo Estadão o
texto afirma que houve “um retrocesso nunca antes documentado nas condições de
vida e na garantia de direitos da população de 0 a 18 anos”.
Contrariando os discursos de Damares Alves, ex-ministra dos
Direitos Humanos, as verbas destinadas pela pasta à proteção de crianças e
adolescentes foram consideravelmente reduzidas durante o mandato de Jair
Bolsonaro. O montante para esse fim passou de R$ 203 milhões em 2018 para R$ 54
milhões em 2022, e para o próximo ano está previsto em R$ 42 milhões.
O plano do time de Lula é recompor verbas e voltar a dar a
atenção necessária para áreas como combate ao trabalho infantil e enfrentamento
à violência sexual contra crianças e adolescentes.
Auxílio para órfãos da Covid-19
A proposta é pagar uma espécie de pensão para crianças e
adolescentes que perderam os pais ou responsáveis durante a pandemia de
Covid-19. Não há dados governamentais sobre o número de pessoas que se
enquadram no grupo, mas organizações independentes apontam para um total de 130
mil a 282 mil.
Para instituir o benefício, Lula deve apoiar projetos de lei
já existentes no Congresso Nacional, como a CPI da Covid. Já o valor da pensão
será definido posteriormente, em conjunto com o Ministério do Trabalho e
Previdência.
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