No episódio, apoiadores radicais do presidente Jair Bolsonaro
(PL) tentaram invadir um prédio da PF e acabaram incendiando carros e ônibus.
A mulher de Atilla Mello, preso pela Polícia Federal (PF) por
suspeita de envolvimento nos atos de vandalismo em Brasília no último dia 12,
fez um vídeo em que, chorando, cobra apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL)
(assista abaixo).
“Cadê você, Bolsonaro?! Se posiciona, Bolsonaro! O seu povo
está perecendo! O seu povo está sendo perseguido! O seu povo está sendo preso
por lutar pela causa do Brasil! Cadê você, Bolsonaro?! Cadê a sua caneta?!
Agora é a hora de usar sua caneta, Bolsonaro!”, gritou Carina Mello.
Carina Mello — Foto: Reprodução |
Atilla foi preso nesta quarta-feira (28) em São Gonçalo. O vídeo de Carina com o apelo teria sido feito num carro que seguia o comboio da PF com o marido detido.
Atilla Mello, de 41 anos, se apresenta como “patrióta” [sic].
A prisão foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal
Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A defesa de Atilla afirmou que “a prisão cautelar foi um ato
excessivo do ministro Alexandre de Moraes”. “Não há elementos probatórios de
que Atilla é ou foi líder do ocorrido na sede da Polícia Federal em Brasília”,
informam os advogados Daniel Barbosa Marques da Silva e Henrique da Costa Pinho.
Atilla Mello — Foto: Reprodução |
Golpe de estado
De acordo com a Polícia Federal, "o conjunto da
investigação buscou identificar e individualizar as condutas dos suspeitos de
depredar bens públicos e particulares, fornecer recursos para os atos
criminosos ou, ainda, incitar a prática de vandalismo".
Os crimes investigados são de dano qualificado, incêndio
majorado, associação criminosa, abolição violenta do
Estado Democrático de Direito e golpe de Estado, cujas
penas máximas somadas atingem 34 anos de prisão.
Nesta quinta-feira (29), a PF saiu para cumprir 32
mandados pela Operação Nero nos estados de Rondônia, Pará, Mato Grosso,
Tocantins, Ceará, São Paulo, Rio de Janeiro e no Distrito Federal.
Um dos endereços, ligado a Atilla, é em Nova Iguaçu, na
Baixada Fluminense.
Resgate de preso frustrado
A operação ganhou o nome de Nero, em referência ao imperador
romano do primeiro século que ateou fogo em Roma.
Segundo a PF, as investigações tiveram início depois da
tentativa de invasão à sede da PF. À ocasião, bolsonaristas tentaram
resgatar José Acácio Serere Xavante, indígena preso pela instituição no
dia 12 de dezembro. Sem sucesso, iniciaram ataques de vandalismo na capital.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, 8 veículos, entre carros
e ônibus, foram incendiados pelo grupo. Eles também quebraram vidros de
automóveis, depredaram equipamentos públicos e a 5ª Delegacia de Polícia, na
Asa Norte.
A PF afirma que a investigação teve início na corporação, em
conjunto com a Polícia Civil do DF, que apurou os ataques de vandalismo na
capital. Por declínio de competência, os inquéritos foram enviados ao Supremo
Tribunal Federal (STF).