O herpes-zóster é causado pelo mesmo vírus que provoca a
catapora e pode passar anos adormecido em nosso organismo, sendo predominantemente
reativado nas pessoas acima dos 50 anos
O envelhecimento saudável está relacionado a um estilo de
vida capaz de estimular o sistema imunológico, que vai perdendo força à medida
que os anos avançam. Isso porque algumas doenças se aproveitam dessa
diminuição da eficiência das defesas para se manifestar, caso do herpes-zóster
– assunto que motivou a realização do fórum Estadão Think “Herpes zóster e o
envelhecimento saudável”. Com patrocínio da GSK, o evento reuniu especialistas
para discutir como a imunização de adultos e idosos pode ajudar na prevenção de
graves problemas de saúde.
“A cada década que se passa a partir dos 50 anos de idade,
aumenta a vulnerabilidade a doenças infecciosas”, disse o infectologista
Alexandre Naime, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de
São Paulo (Unesp). “Por isso, condições causadas por bactérias, como pneumonia,
ou vírus, como herpes, são mais frequentes em idosos”, continuou.
A infectologista Rosana Richtmann, do Instituto de
Infectologia Emílio Ribas, explicou que a doença conhecida popularmente como
cobreiro é causada pelo vírus varicelazóster. “Ninguém pega herpes-zóster. A
primeira manifestação é a catapora, em geral na infância”, explicou a médica.
Depois, com a diminuição da resposta imune, pode haver uma reativação desse
agente. “A característica mais importante dessa doença é a dor, a neuropatia
pós-herpética, porque o vírus se aloja nos nervos. Ela pode durar o período das
manifestações na pele ou gerar uma complicação que leva a uma dor crônica,
afetando a qualidade de vida”, observou.
Estar com a carteira de vacinação em dia, destacaram os
médicos, é quesito crucial quando se trata de planejar um envelhecimento
saudável. “A questão é que isso não faz parte da nossa cultura. A quantidade de
pessoas de idade que não tomam nenhuma das doses indicadas para sua faixa
etária é enorme no Brasil”, lamentou o oncologista Drauzio Varella.
Geriatra da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp),
Maisa Kairalla destacou a importância de disseminar conhecimento sobre a
vacinação de adultos não apenas para a população, mas para os profissionais de
saúde. “Estudos mostram que quando o médico é engajado em vacinar a adesão
aumenta em 70%”, ponderou.
Embora ainda não façam parte do Programa Nacional de Imunizações
(PNI), existem hoje dois tipos de vacina para prevenir o herpes-zóster,
disponíveis em clínicas. “Uma utiliza vírus vivo atenuado, a outra é
recombinante, e ambas têm diferentes taxas de eficácia”, esclareceu o
infectologista Jessé Alves, gerente de vacinas da GSK. “É muito importante
discutir com o médico para que a recomendação sobre qual tomar seja embasada no
estado de saúde de cada um”, completou. Para Drauzio Varella, evitar a
recorrência da doença deve ser a meta. “Mesmo quem já teve herpes-zóster ou
catapora precisa se vacinar, porque não há segurança de que o vírus não
reaparecerá”, ressaltou.
Envelhecer de maneira saudável passa por estarmos
permanentemente vigilantes a nossa saúde, e é fundamental nos informarmos sobre
as doenças mais suscetíveis a nos atingirem nas diferentes fases de nossa vida.
Sendo uma doença reconhecida pela dor e por ter uma série de complicações, o
herpes-zóster tem tratamento e pode ser prevenido por meio da vacinação.
“Mesmo quem já teve herpes-zóster ou catapora precisa
se vacinar, porque não há segurança de que o vírus não reaparecerá”
Drauzio Varella
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