Para receber o auxílio, é preciso manter o Cadastro Único atualizado. Hoje, quase 41 milhões de famílias estão inscritas no CadÚnico e são elegíveis para o programa.
A partir desta quarta-feira (18), milhões de brasileiros vão
começar a receber a primeira parcela de 2023 do Bolsa Família.
A dona de casa Maiara Pereira da Silva mora em uma casa de
dois cômodos com três filhas. Ela mantém a família com os R$ 600 que recebe do
governo federal. Essa é a única renda fixa da dona de casa desde que começou a
pandemia.
“A gente tenta se virar com ovo, salsicha, essas coisas que
são mais em conta. É muito complicado, mas a gente vai se virando aqui, se
virando ali. Tem muitas pessoas que acabam ajudando e é assim que eu faço, é
assim que eu vou sobrevivendo”, conta Maiara.
Neste mês, os pagamentos do Bolsa Família - que vai
substituir o Auxílio Brasil - começam no dia 18 e vão até o dia 31. Para saber
o dia em que o benefício fica disponível, a família precisa verificar o último
dígito do número de identificação social, o NIS. Os pagamentos são feitos na
sequência de 1 a 0, durante os últimos dez dias úteis de cada mês.
Calendário Bolsa Família em janeiro — Foto: JN
A partir de março, a família de Maiara vai receber R$ 150 a mais
no valor do benefício. É que a Victoria, caçula da família, tem menos de 6
anos.
“Eu acho que vai ajudar sim. Muito”, diz Maiara.
Para receber o Bolsa Família é preciso manter o Cadastro
Único atualizado. O Brasil tem, hoje, quase 41 milhões de famílias
inscritas no CadÚnico e que são elegíveis para o programa. O governo
federal usa o cadastro para identificar as famílias de baixa renda,
público-alvo das políticas sociais.
A dona de casa Tainara Souza Pinto tem duas crianças: uma de
6 e outra de 4 anos. Na casa dela, só o marido trabalha. A renda do casal mal
dá para pagar as contas, que inclui R$ 400 de aluguel. Ela aguarda, com
ansiedade, o acréscimo no valor do auxílio.
“Feijão está caro, o óleo está caro, o gás está R$ 100, R$
150. Com um pouquinho a mais, vai ajudar bastante”, afirma Tainara.
O economista Rafael Ribeiro diz que esse incremento na renda
faz diferença.
“Ao longo dos últimos anos, nós tivemos uma inflação de
alimentos muito grande. O aumento também do custo de energia e de transporte,
tudo isso acabou impactando e muito no custo da alimentação e que tem
consequência mais grave para as famílias de maior vulnerabilidade e baixa renda”,
diz Rafael Ribeiro.