Cadáver encontrado na terça-feira (24) é de Ana Beatriz
Marques de Oliveira. Ao todo, 10 pessoas da mesma família foram mortas na
capital; três suspeitos foram presos e um quarto é procurado.
Ana Beatriz Marques de Oliveira, morta em chacina de família no DF — Foto: Reprodução
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) identificou, nesta
quarta-feira (25), que um dos corpos encontrados em uma cisterna é de Ana
Beatriz Marques de Oliveira, de 19 anos (à direita na foto em destaque). Ela
era a última vítima desaparecida no caso da chacina de uma família na capital.
Com a identificação, fica confirmado que 10 pessoas da mesma família foram
assassinadas.
O cadáver foi encontrado na madrugada desta terça-feira (24),
em Planaltina, junto com os corpos de Thiago Gabriel Belchior, marido da
cabelereira Elizamar da Silva, e de Cláudia Regina Marques Oliveira, ex-esposa
do pai de Thiago, que também foi morto.
Locais onde três corpos possivelmente ligados a chacina foram encontrados, em Planaltina — Foto: TV Globo/Reprodução
A identificação do último corpo foi confirmada pelo delegado
Ricardo Viana, da 6ª Delegacia de Polícia, no Paranoá. Ana Beatriz era
meia-irmã de Thiago, filha de Cláudia e do pai dele, Marcos Antônio Lopes. Três
suspeitos estão presos pelo crime e um quarto é procurado (veja detalhes
abaixo).
Ao todo, 10 pessoas da mesma família desapareceram. Todos os
corpos foram encontrados e identificados:
- Elizamar
da Silva:
cabeleireira;
- Thiago
Gabriel Belchior:
marido de Elizamar Silva;
- Rafael
da Silva: filho
de Elizamar e Thiago;
- Rafaela
da Silva: filha
de Elizamar e Thiago;
- Gabriel
da Silva: filho
de Elizamar e Thiago;
- Marcos
Antônio Lopes de Oliveira: pai de Thiago e sogro de Elizamar;
- Cláudia
Regina Marques de Oliveira: ex-mulher de Marcos Antônio;
- Renata
Juliene Belchior:
mãe de Thiago e sogra de Elizamar;
- Gabriela
Belchior: irmã
de Thiago e cunhada de Elizamar;
- Ana
Beatriz Marques de Oliveira: filha de Cláudia e Marcos Antônio.
A investigação
Três suspeitos já foram presos por envolvimento no
desaparecimento da família: Gideon Batista de Menezes, Horácio
Carlos Ferreira Barbosa e Fabrício Silva Canhedo.
O primeiro trabalhava com uma das vítimas. O delegado do caso
afirma que o suspeito foi encontrado com as mãos queimadas.
O segundo confessou o crime à polícia e disse, ainda, que os
assassinatos foram encomendados por duas das vítimas - Thiago Belchior e seu
pai, Marcos Antônio. O terceiro foi preso depois disso e, após encontrar os
corpos, a polícia descartou essa possibilidade.
A principal tese, agora, é de que a chacina tenha sido
motivada por dinheiro. Todos os suspeitos moravam próximos ao sogro da
cabelereira e sabiam que a família tinha recebido quantias de dinheiro
recentemente.
No fim de semana, a polícia informou o nome e fotos do quarto
suspeito, Carlomam dos Santos Nogueira, que é procurado. As investigações
apontam que Carlomam conhecia as vítimas e pelo menos um dos outros suspeitos.
O crime
A cabeleireira Elizamar da Silva, de 39 anos, e os três
filhos pequenos sumiram no dia 12 de janeiro. No dia seguinte, o veículo dela
foi encontrado com os quatro corpos queimados dentro, perto de Cristalina (GO),
no Entorno do DF. O marido dela, Thiago Belchior, também desapareceu.
Três dias depois, familiares reportaram o desaparecimento de
mais três pessoas da família: o pai, a mãe e uma irmã de Thiago –
respectivamente Marcos Antônio Lopes de Oliveira, Renata Juliene Belchior, e
Gabriela Belchior.
O carro de Marcos Antônio, sogro de Elizamar, foi encontrado
carbonizado com dois corpos dentro, no fim de semana do desaparecimento da
família. Por fim, a ex-mulher de Marcos e a filha deles – Claudia Regina
Marques de Oliveira e Ana Beatriz Marques de Oliveira – também desapareceram.
Inicialmente, com base no depoimento de um dos suspeitos, a
polícia chegou a acreditar que Thiago e Marcos Antônio tinham arquitetado o
crime e fugido. A hipótese perdeu força e, agora, as investigações apontam que
pai e filho também são vítimas.
O corpo do sogro da cabeleireira foi encontrado enterrado e
esquartejado perto da casa usada como cativeiro pelos criminosos, em Planaltina.