Rita Serrano afirmou que decisão foi tomada em função da alta taxa dos juros e atualização do Cadastro Único
Rita Serrano, presidente da Caixa, com Fernando Haddad, ministro da Fazenda Washington Costa/MF
A nova presidente da Caixa Econômica Federal, Rita Serrano,
anunciou há pouco que o banco suspendeu a oferta de crédito consignado a
beneficiários do Auxílio Brasil (agora Bolsa Família).
Segundo a nova presidente, que falou em entrevista coletiva,
a Caixa e o governo tomaram essa decisão em razão da atualização do Cadastro
Único pelo Ministério do Desenvolvimento Social e também por conta dos juros,
de 3,45% ao mês.
"Não é de bom tom que a gente mantenha. Os juros para
essa modalidade é muito alto, estamos suspendendo para reavaliar a questão dos
juros", explicou.
A presidente afirmou, no entanto, que não vislumbra, neste
momento, nenhum perdão da dívida a quem contratou o produto, que foi
impulsionado antes do segundo turno das eleições. "O banco não tem como
fazer isso", ela afirmou. Rita Serrano disse, no entanto, que há uma
oportunidade para renegociar os juros, mas que isso ainda está sendo estudado
com o governo federal.
Em relação ao programa Desenrola, que será voltado para os
endividados, Serrano afirmou que ele deve ficar pronto no início de fevereiro e
que a Caixa, com o Banco do Brasil, terão papel fundamental. Hoje, os dois
bancos se reuniram com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para fechar
detalhes do programa.
Questionada sobre trocas em todas as vice-presidências da
Caixa, o que é aguardado nos bastidores do banco, Serrano falou que está
reavaliando. "Não temos definição sobre isso neste momento. Se houver necessidade,
será feito cumprindo o roteiro do banco", respondeu, ao falar sobre regras
estatutárias de seleção e cumprimento da lei das S.A. Ela somente anunciou que
está recriando a vice-presidência de Pessoas, "que foi abandonada".
A nova presidente afirmou que pretende ir ao Tribunal de
Contas da União para renegociar o prazo de devolução de R$ 20 bilhões à União,
que foram transferidos à Caixa pelo Tesouro durante gestões petistas - o acordo
prevê a devolução do montante em quatro anos. Segundo Serrano, o prazo precisa
ser rediscutido porque tem potencial para causar "um impacto muito grande
para o banco".
Ela também disse que todos os programas de cunho político
estão sendo reavaliados, como a oferta de microcrédito.