Crime aconteceu em Campo Grande; mãe e padrasto foram presos
Reprodução |
O laudo da necrópsia do corpo de Sophia de Jesus Ocampo, de 2
anos, confirmou que a criança foi estuprada. A causa da morte foi traumatismo
na coluna cervical. A mãe e o padrasto da menina estão presos pela morte da
criança, no dia 26 de janeiro.
O outro padrasto de Sophia, Igor de Andrade, casado com o pai
da menina, disse ao jornal O Globo que havia suspeita de maus tratos e uma
vistoria na menina notou uma fissura na região do ânus, mas na época a mãe
alegou que a menina estava "ressecada".
"A gente perguntou à genitora sobre a situação da região
íntima da Sophia, mas ela respondeu que ela só estava muito ressecada. Ela
também chorava para dormir e quando a gente perguntava o que ela tinha, ela
dizia "papai brigou e bateu", contou Igor.
Desde dezembro de 2021, o pai de Sophia, Jean Carlos Ocampo,
denunciava que a filha sofria maus-tratos, mas o caso não foi adiante. Toda vez
que Sophia ia ficar com o pai, ele fazia uma "vistoria" na criança em
busca de sinais de violência. Ele chegou a pedir a guarda exclusiva da menina.
"O que mais dói é saber que toda a burocracia de
testemunhas tirou a nossa filha da gente. As pessoas desistiam de depor. Todas
as denúncias foram em vão e agora estamos lutando para que não existam outras
vítimas como a Sophia", diz Igor.
Mãe e padrasto foram presos |
Morte
Sophia foi socorrida para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Coronel
Antonino, em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, com sinais de estupro e
espancamento - ela já estava morta. A mãe Stephanie de Jesus da Silva, 24, e o
padrasto, Christian Campoçano Leitheim, 25, foram presos por homicídio
qualificado por motivo fútil e estupro de vulnerável.
A UPA registrava que Sophia já havia sido atendida 30 vezes
no local, inclusive por uma fratura na tíbia.
Igor diz que a primeira denúncia que ele e Jean fizeram foi
quando Sophia foi ficar com o pai e chegou com a perna roxa e vários arranhões.
O Conselho Tutelar orientou que procurassem a Polícia Civil, mas o boletim de
ocorrência não ajudou. O BO, de dezembro, apontava a mãe como responsável por
maus tratos.
Em novembro do ano passado, quando Sophia chegou com a perna
quebrada, o pai fez um novo B.O., informando que a menina constantemente
aparecia com hematomas. A mãe alegou que Sophia tinha escorregado no banheiro.
A primeira denúncia foi arquivada pelo Ministério Público. Em
janeiro, o novo caso deu seguimento, com a mãe e a avó da menina prestando
depoimento e negando os maus tratos.
O MP diz que o pai chegou a ir na audiência preliminar e
disse que não havia notado novos casos de violência contra Sophia.
Prisão
Depois de serem presos, Stephanie e Christian afirmaram que agrediram Sophia
cerca de três dias antes, mas afirmaram terem dado apenas tapas nas costas
dela. Eles também negarma que levaram a menina já morta para a UPA, embora os médicos
tenham dito que ela já estava em óbito havia cerca de 4 horas quando foi
socorrida.
Depois, a mãe mudou a versão e disse que Christian tinha
costume de dar tapas e socos em Sophia. Também disse que desconfiava que a
filha era sexualmente abusada pelo companheiro.
Pai e padrasto tinham denunciado suspeita de maus tratos |
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