Vídeos: PM de folga atira em funcionário de bar após discussão e briga em SP; amigo do policial foi acusado de assediar garçonete

Herondi Silva atirou três vezes, e dois dos tiros atingiram a cabeça de Henrique Martins. Vítima foi internada e atirador fugiu. Caso ocorreu na noite de domingo (12) no Feirinha Bar, na Vila Olímpia, Zona Sul, e foi registrado como tentativa de homicídio pela Polícia Civil.

 

Vídeos gravados por câmeras de segurança mostram o momento que um policial militar de folga e sem uniforme atira três vezes em direção a cabeça do funcionário de um bar lotado da Zona Sul de São Paulo, após discussão e briga na noite de domingo (12) (veja acima).

Henrique Gama de Sousa Meister Martins, de 29 anos, foi ferido com dois disparos na cabeça, mas sobreviveu. Até a última atualização desta reportagem ele continuava internado no Hospital Universitário, no Butantan, Zona Oeste da capital. Seu estado de saúde era estável. O caso é investigado como tentativa de assassinato pela Polícia Civil.

Apesar de o atirador e ter sido identificado, ele não foi detido porque fugiu após o crime. Segundo o 27º Distrito Policial (DP), Campo Belo, onde o caso foi registrado, o agente da Polícia Militar (PM) que atirou foi identificado como Herondi José da Silva. O caso será investigado pelo 96º DP, Brooklin.

Herondi se apresentou nesta segunda-feira (13) na delegacia para dar sua versão como investigado para o que ocorreu. Dois amigos dele, também PMs e que estavam juntos no bar, também foram ao DP para serem ouvidos como testemunhas. Até a última atualização desta reportagem não havia confirmação se o policial que atirou foi indiciado por algum crime.


Herondi também é amigo de um outro policial militar de folga acusado de assediar sexualmente uma garçonete. Os dois estavam com mais um PM à paisana dentro do Feirinha Bar, na Vila Olímpia. Todos estavam ali como clientes. Um desses amigos do PM foi acusado de tentar agarrar e beijar uma funcionária do local. Câmeras do circuito interno do estabelecimento também gravaram essa cena.

A mulher denunciou o caso à gerência do bar, que acionou os seguranças do local para encerrar a conta dos três amigos e pedir que eles se retirassem. Mas Hernodi se recusou a deixar o local e começaram uma briga com os funcionários. Uma segurança foi agredida com um soco no rosto depois. Outro garçom que tentou intervir também apanhou.

Garçonete

 

Garçonete acusou um homem de assediá-la sexualmente no bar onde trabalha em São Paulo — Foto: Reprodução/TV Globo

De acordo com a funcionária, um rapaz que acompanhava o assediador voltou ao bar armado, se identificou como policial militar, e atirou no empregado. Os três amigos que começaram a briga fugiram em seguida.

"Eu sou garçonete e eu tava trabalhando e eu tava atendendo três homens e um deles tentou me abraçar, me assediando. Ele me agarrou", disse a garçonete, que contou o que ocorreu a sua chefia, que depois pediu para os três fecharem a conta e irem embora. "Mas um terceiro homem que tava junto com o amigo dele que me assediou, ele não quis isso".

Após isso, segundo a garçonete, esse homem deu um soco na boca da segurança e agrediu outro funcionário. Ela falou que após ser contido pelos empregados, ele foi embora prometendo voltar a e "matar todo mundo".

"Ele voltou a atirou num outro funcionário achando que era esse com quem ele tinha trocado socado. Ele atirou numa pessoa que nada tinha a ver. Ele levou três tiros", falou a mulher.

Feirinha Bar

O Feirinha Bar divulgou nota para comentar o assunto no qual lamentou o ocorrido e informou estar colaborando com a investigação da polícia.

"O FEIRINHA BAR lamenta profundamente o incidente ocorrido na noite deste domingo, 12 de fevereiro. As imagens do circuito interno das câmeras de segurança serão fornecidas à Polícia Civil, para que possam verificar os fatos, bem com a autoria do delito cometido. O trabalhador atingido pelo disparo da arma de fogo foi prontamente socorrido pelo SAMU e segue internado, estável e em recuperação. Repudiamos toda e qualquer forma de violência e assédio e estamos colaborando com a Polícia Civil para esclarecimento de todos os fatos", informa o comunicado do estabelecimento.

Uma lei que obriga bares, restaurante e boates a ajudar mulheres que estejam sofrendo alguma situação de violência foi sancionada pelo governo do estado antes do Carnaval. Na prática, os funcionários dos estabelecimentos devem oferecer ajuda sobre como as mulheres podem pedir socorro em situação de risco. Fixar cartazes e chamar a polícia são algumas ações.

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