Herondi Silva atirou três vezes, e dois dos tiros atingiram a
cabeça de Henrique Martins. Vítima foi internada e atirador fugiu. Caso ocorreu
na noite de domingo (12) no Feirinha Bar, na Vila Olímpia, Zona Sul, e foi
registrado como tentativa de homicídio pela Polícia Civil.
Homem atira em funcionário de bar em SP pic.twitter.com/MQsOh8CvTx
— Max Ribeiro (@max_ribe_29) February 13, 2023
Vídeos gravados por câmeras de segurança mostram o momento
que um policial militar de folga e sem uniforme atira três vezes em direção a
cabeça do funcionário de um bar lotado da Zona Sul de São Paulo, após discussão
e briga na noite de domingo (12) (veja acima).
Henrique Gama de Sousa Meister Martins, de 29 anos, foi ferido com dois
disparos na cabeça, mas sobreviveu. Até a última atualização desta reportagem
ele continuava internado no Hospital Universitário, no Butantan, Zona Oeste da
capital. Seu estado de saúde era estável. O caso é investigado como tentativa
de assassinato pela Polícia Civil.
Apesar de o atirador e ter sido identificado, ele não foi
detido porque fugiu após o crime. Segundo o 27º Distrito Policial (DP),
Campo Belo, onde o caso foi registrado, o agente da Polícia Militar
(PM) que atirou foi identificado como Herondi José da
Silva. O caso será investigado pelo 96º DP, Brooklin.
Herondi se apresentou nesta segunda-feira (13) na delegacia para dar sua versão como investigado para o que ocorreu. Dois amigos dele, também PMs e que estavam juntos no bar, também foram ao DP para serem ouvidos como testemunhas. Até a última atualização desta reportagem não havia confirmação se o policial que atirou foi indiciado por algum crime.
Herondi também é amigo de um outro policial militar de folga
acusado de assediar sexualmente uma garçonete. Os dois estavam com mais um PM à
paisana dentro do Feirinha Bar, na Vila Olímpia. Todos estavam ali
como clientes. Um desses amigos do PM foi acusado de tentar agarrar e beijar
uma funcionária do local. Câmeras do circuito interno do estabelecimento também
gravaram essa cena.
A mulher denunciou o caso à gerência do bar, que acionou os
seguranças do local para encerrar a conta dos três amigos e pedir que eles se
retirassem. Mas Hernodi se recusou a deixar o local e começaram uma briga com
os funcionários. Uma segurança foi agredida com um soco no rosto depois. Outro
garçom que tentou intervir também apanhou.
Garçonete
Garçonete acusou um homem de assediá-la sexualmente no bar onde trabalha em São Paulo — Foto: Reprodução/TV Globo
De acordo com a funcionária, um rapaz que acompanhava o
assediador voltou ao bar armado, se identificou como policial militar, e atirou
no empregado. Os três amigos que começaram a briga fugiram em seguida.
"Eu sou garçonete e eu tava trabalhando e eu tava
atendendo três homens e um deles tentou me abraçar, me assediando. Ele me
agarrou", disse a garçonete, que contou o que ocorreu a sua chefia, que
depois pediu para os três fecharem a conta e irem embora. "Mas um terceiro
homem que tava junto com o amigo dele que me assediou, ele não quis isso".
Após isso, segundo a garçonete, esse homem deu um soco na
boca da segurança e agrediu outro funcionário. Ela falou que após ser contido
pelos empregados, ele foi embora prometendo voltar a e "matar todo
mundo".
"Ele voltou a atirou num outro funcionário achando que
era esse com quem ele tinha trocado socado. Ele atirou numa pessoa que nada tinha
a ver. Ele levou três tiros", falou a mulher.
Feirinha Bar
O Feirinha Bar divulgou nota para comentar o assunto no qual
lamentou o ocorrido e informou estar colaborando com a investigação da polícia.
"O FEIRINHA BAR lamenta profundamente o incidente
ocorrido na noite deste domingo, 12 de fevereiro. As imagens do circuito
interno das câmeras de segurança serão fornecidas à Polícia Civil, para que
possam verificar os fatos, bem com a autoria do delito cometido. O trabalhador
atingido pelo disparo da arma de fogo foi prontamente socorrido pelo SAMU
e segue internado, estável e em recuperação. Repudiamos toda e qualquer
forma de violência e assédio e estamos colaborando com a Polícia Civil para
esclarecimento de todos os fatos", informa o comunicado do
estabelecimento.
Uma lei que obriga bares, restaurante e boates a ajudar
mulheres que estejam sofrendo alguma situação de violência foi sancionada
pelo governo do estado antes do Carnaval. Na prática, os funcionários dos
estabelecimentos devem oferecer ajuda sobre como as mulheres podem pedir
socorro em situação de risco. Fixar cartazes e chamar a polícia são algumas
ações.
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