Manuela Vitória de Araújo Farias, de 19 anos, foi detida no
aeroporto de Bali com aproximadamente 4 quilos de cocaína
Brasileira foi presa com drogas em aeroporto de Bali Arquivo de Relações Públicas da Polícia de Bali
A brasileira Manuela Vitória de Araújo Farias, de 19 anos,
presa na Indonésia com 3,9 quilos de cocaína, virou ré no país e pode receber
pena de morte após o julgamento. Manuela aguarda, agora, uma nova audiência,
segundo o advogado Davi Lira, que acompanha o caso.
— Ela passou a se tornar ré em processo judicial. O
ministério ofereceu a denúncia e o processo está andando. Será designada audiência
— explica Davi.
Manuela Vitória, que trabalha como vendedora de roupas e
perfumes, contou aos familiares que iria passar o réveillon em Bali com um
namorado, que reside em Portugal e com quem ela já havia viajado para o
exterior no passado. A brasileira, no entanto, chegou à Indonésia sozinha.
Após aterrissar no aeroporto de Bali, Manuela acabou detida
quando os quase 4 quilos de cocaína, distribuídos em pacotes escondidos em duas
malas, foram detectados no raio-x. Quatro comprimidos de clonazepam também
estavam guardados em uma bolsa. Desde então, ela está presa, tendo como
advogado um defensor público.
Segundo ele, a pena mínima é de cinco anos, mas pode chegar
até a pena de morte, de acordo com Davi Lira da Silva. A família chegou a
tentar contratar um advogado particular especialista em casos como esse, mas o
preço, que ficava acima dos US$ 50 mil, foi um impeditivo.
De acordo com o diretor de Investigação de Narcóticos de
Bali, Kombes Iwan Eka Putra, Manuela relatou não saber que levava substâncias
ilegais na bagagem. Conforme o seu relato, foi prometido a ela entrar em uma
escola de surfe em troca do transporte das bagagens. Ainda de acordo com Kombes
Putra, a polícia não conseguiu identificar quem seria o destinatário das
drogas.
O advogado da família de Manuela defende que ela foi usada
como “mula”.
— A Manuela foi usada. Tem um termo que a gente usa para
isso, que representa bem o que aconteceu. Chama-se: mula. Os policiais da
Indonésia mesmo se referiram a ela como atravessadora — explica o advogado, que
atua no Pará, estado onde a jovem, moradora de Belém, tinha residência. — Ela
não é narcotraficante. Ela é uma jovem que tem sonhos, esperanças.
De acordo com o advogado, ela foi aliciada por uma
organização criminosa com atuação em Santa Catarina para fazer a viagem levando
o carregamento, com a promessa de que passaria um mês de férias em Bali, com
uma matrícula garantida na escola de surfe.
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