Confusão começou após o motorista e agressora se incomodarem com a vendedora bebendo cerveja em pé no ônibus. Caso aconteceu em Guarujá (SP).
Uma vendedora de empadas, de 51 anos, foi brutalmente
agredida por uma passageira de um ônibus após uma discussão dentro do veículo,
em Guarujá, no litoral de São Paulo. O filho da vítima Mike Lino, de 26, contou
que o motorista e a mulher estavam incomodados com o fato da mãe, Rosilene da
Silva Lino, estar bebendo cerveja dentro do automóvel. O condutor ainda teria
'esperado' a agressão acontecer do lado de fora do transporte para seguir
viagem. A Polícia Civil investiga o caso.
"Os populares viram e tentaram pegar ela
[agressora], só que ela entrou para o coletivo, na linha 55 da CIT [City
Transporte Urbano, empresa que administra as linhas municipais de Guarujá
(SP)]", desabafou o jovem. "Aquilo não é um motorista, é um bandido,
ele deu fuga para uma pessoa que poderia muito bem ter cometido um homicídio."
Segundo o Boletim de Ocorrência (BO), obtido pelo g1 neste
domingo (23), a vítima caiu após a agressora empurrá-la de dentro do ônibus. No
chão, Rosilene desmaiou enquanto levava chutes da mulher. O Serviço de
Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e a socorreu ao Pronto de
Socorro de Vicente de Carvalho.
Mike afirmou que a mãe quebrou o úmero direito [maior
osso do braço], o nariz e o dedo esquerdo, além de estar com hematomas no
glúteo e nas coxas. Rosilene fará corpo delito, exame que comprova a existência
de um crime, e terá que ser internada na segunda-feira (24) para cuidar das
lesões.
Vendedora de empadas, de 51 anos, foi agredida brutalmente após discussão em ônibus — Foto: Arquivo Pessoal |
Início da discussão
De acordo com o filho da vítima, a mãe vinha do bairro
Enseada até Vicente de Carvalho, por volta das 21h30 da última quarta-feira
(19), após ter pegado um dinheiro emprestado com um ex-patrão.
A discussão teria sido iniciada após o motorista dizer que
estava indo devagar porque a vendedora de empadas, que bebia cerveja no ônibus,
estava em pé. Mike acrescentou que a agressora começou a chamar Rosilene
de "cachaceira", momentos antes das agressões.
"Foi uma tentativa de homicídio. Ela acabou com a
dignidade da minha mãe, tratou minha mãe como uma qualquer, uma indigente.
Acabou com a dignidade da nossa família porque a gente está tendo que se expor
para tentar achar justiça no meio disso tudo. Ela [agressora] sumiu e o
culpado foi o motorista do ônibus", lamentou o filho.
O g1 apurou que, até o momento, a agressora
e o motorista não foram identificados. Em nota, a Secretaria de Segurança
Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) informou que o caso registrado pelo 2º
Distrito Policial (SP) da cidade segue sendo investigado.
Mike contou, ainda, que registrar um novo BO contra a City
Transporte Urbano. A reportagem também tentou entrar em contato com a empresa
em busca de esclarecimentos, mas não obteve retorno até a última atualização
desta matéria.
A Polícia Militar e a Guarda Civil Municipal (GCM) não foram
acionadas para atendimento desta ocorrência.