Circula vídeo nas redes sociais de José Vinícius, que diz que
pode perder o emprego caso deixe a loja; empresa lamenta o ocorrido
Circula nas redes sociais um vídeo do funcionário do Burger
King José Vinícius em que ele aparece com marcas de urina nas próprias calças.
Segundo o colaborador, isso ocorreu porque a empresa não permite a saída do
quiosque, localizado em um shopping em Aracaju (SE), para ir ao banheiro.
"Se eu sair a primeira vez, levo advertência. Se sair a
segunda vez, levo suspensão. Se sair a terceira vez, levo [demissão por] justa
causa", relata Vinícius.
🚨BRASIL: Um Funcionário do Burger King gravou um vídeo mostrando que urinou na roupa, porque não é permitido deixar o posto de trabalho nem para fazer as necessidades básicas. pic.twitter.com/bUS1ZfL5GL
— CHOQUEI (@choquei) May 19, 2023
Em nota, a rede de fast-food disse:
"Lamentamos profundamente o ocorrido na última
quinta-feira, 18/5, em Aracaju, e reforçamos que não toleramos nenhum tipo de
falta de respeito. Informamos que as pessoas envolvidas no caso foram afastadas
enquanto apuramos todas as informações. Estamos prestando todo o apoio e
acompanhando o colaborador. Temos na nossa cultura a prática do respeito com as
pessoas em qualquer ambiente, e não deixaremos de tomar todas as medidas
cabíveis."
Para Danilo Schettini, da Advocacia Schettini, "a
conduta praticada contra o funcionário do Burger King é claramente
característica de abuso de poder praticado pelo empregador e configura uma
espécie de assédio moral".
"De fato, a empresa tem alguns poderes de mando e
controle e pode, em alguns momentos, determinar situações que os empregados
devem obedecer no ambiente de trabalho. A desobediência, de fato, pode gerar
punições, como advertência, suspensão e até mesmo justa causa. No entanto, esse
poder encontra limites, sobretudo quando confrontados com direitos fundamentais
garantidos na Constituição Federal, principalmente os direitos ligados à
personalidade, previstos no artigo 5º da Constituição Federal, e à dignidade da
pessoa humana, previstos no artigo 1º, também da CF", argumentou o
advogado.
O R7 tentou contato com o Ministério do
Trabalho e Emprego, mas não teve retorno. Se isso ocorrer, esta matéria será
atualizada.